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*artigo publicado originalmente em dezembro de 2015

Aos 20: SERÁ QUE OS PAIS DELE VÃO GOSTAR DE MIM?
Aos 50: SERÁ QUE OS FILHOS DELE VÃO GOSTAR DE MIM? (E os irmãos, a cunhada, os primos, os amigos, a ex-mulher, a mulher a dias, o cão, os 4 gatos, o periquito…)

Aos 20, os pais dele são um pesadelo. Antes de os conhecermos a gente arranja-se o melhor que pode (até calçamos aqueles sapatinhos totós de meio salto que levámos para a entrevista de emprego e com os quais parecemos um ET a avançar para a nave), e quando se chega lá, a nossa futura sogra parece que tem vontade de vomitar (“a menina estuda o quê? Ah, fisioterapia… Mas isso é algum curso? E os seus paizinhos, o que é que fazem?”) e o nosso futuro sogro não abre a boca, e apetece-nos perguntar a Deus por que não tornou o fofinho do Tiago Miguel órfão. Aos 50 ou 60, chegamos a casa dele armadas com o nosso melhor sorriso copiado da Julie Andrews e reparamos que não só não tem o mínimo impacto sobre nenhuma das ‘criancinhas’ (o mais novo tem 28 anos mas ainda vive lá em casa) como, apesar de serem todas gestores, administradores e cirurgiões cardiovasculares, ou estarem a estudar para isso, elas parecem absolutamente ignorantes da nobre arte da conversação. E o pior é que além das criancinhas ainda há o irmão dele, que não faz nenhum mas se dá grandes ares, a ex-mulher, que é ex mas está lá sempre metida em casa a levar almocinho e jantar porque ele coitadinho sozinho não sobrevive, os amigalhaços, que não vivem lá mas lhe ocupam 95% do tempo, os quatro gatos, que nitidamente a odeiam, o cão, que se chama Piruças e você sempre achou que era um caniche mas chegou lá e viu que é qualquer coisa que parece saída do cruzamento de um burro com um prédio de cinco andares, e, em resumo, a bagagem dele é imensa. Mas enfim. Talvez devesse ter trazido a viola.

Aos 20: SERÁ QUE ELE ME VAI LIGAR?
Aos 50: SERÁ QUE VOU TER PACIÊNCIA PARA SAIR DE CASA?

Aos 20 passamos horas de telemóvel no bolso à espera do toque ou do sms. Ou a olhar para ele à espera que algum pequeno gesto traia a enorme paixão que ele nutre por nós. Ou coladas ao Facebook à espera que ele diga alguma coisa, que ele espete um coraçãozinho (podem esperar sentadas) ou que mude de estado para Numa Relação. Aos 50, até podemos andar pelo Facebook a fazer-lhe rapapés há seis meses e ele nada, mandamos smiles e emojis sem dó e comentamos até o prato da sopa, e ele nada, mas quando ele finalmente diz alguma coisa, descobrimos que afinal não nos apetece assim tanto sair de casa.

Aos 20: ELE VAI ODIAR A MINHA CELULITE
Aos 50: ELE VAI ODIAR AS MINHAS BANHAS

Aos 20, achamo-nos todas gordas e borbulhentas mesmo que se seja top model, de certeza que a Gisele Bündchen também se achava gorda e borbulhenta, e ao contrário do que se diz, não é uma coisa que mude muito com os anos, isso de aprendermos a sentir-nos mais confiantes é mais paleio para nos animar que outra coisa qualquer. Prometeram-nos que aos 40 nos íamos sentir infinitamente melhor, e não só não é verdade aos 40, como continua a não ser aos 50 e 60. Boas notícias: Eles não ligam a isso tanto quanto nós pensamos. Mais boas notícias: Os que ligam não estão aqui connosco, estão com miúdas de 20 (coitadas). Mais boas notícias: Ninguém está à espera que se tenha o corpo que tínhamos aos 20 (além de nós próprias, evidentemente). Portanto, deixe-se de complexos e vá divertir-se, que a idade não interessa nada.

Aos 20: SERÁ QUE ELE VAI QUERER CASAR?
Aos 50: ESPERO QUE ELE NÃO QUEIRA CASAR…

Aos 25, por muito fora da caixa que se pense, enfim, geralmente uma mulher gostaria de ter um companheiro (para adotar o termos dos anos 70) que partilhasse alegrias e desgostos, que fosse com ela aos festivais de verão e que se pudesse apresentar numa selfie, e que lá mais para a frente (muuuuuuuuuuito lá mais para a frente) tivesse coragem para se tornar pai, em vez de andar a queixar-se ‘ai ó Maria Beatriz, tu tens de me dar espaço que eu não estou preparado para me comprometer’, como aconteceu a muitas das suas amigas. Aos 50 ou mais, a maioria das mulheres já não quer andar a lavar a roupa de outro homem, um e outro estão acomodados aos seus pequenos hábitos e manias, não há filhos em comum para criar, e portanto o ideal é ficarem cada um na sua casa e a coisa se tornar num namoro eterno. Enfim, ou alguém decidir que tem mesmo saudades de uma verdadeira vida a dois…

Aos 20: NÃO HÁ MUITO PARA PÔR EM DIA
Aos 50: BEM, POR ONDE QUERES QUE COMECE?…

Aos 20, a não ser que se tenha tido uma vida ‘bués’ aventurosa a navegar de caiaque pelos rios do Cazaquistão, ainda não temos muito para contar. Olha, eu gosto de papa de aveia com mel e também gosto de ver o Shameless, e tu? Aos 50, a não ser que ele seja um velho amigo que foi ao nosso primeiro casamento (e talvez ao segundo, mas estava tanta gente no segundo que não poderia jurar), temos de explicar tanta coisa que às vezes não há muita paciência e há quem prefira nem sequer se meter nisso…

Aos 20: SERÁ QUE TOMEI A PÍLULA?
Aos 50: PELO MENOS JÁ NÃO TENHO QUE ME PREOCUPAR COM ISSO

Aos 20, a pessoa até quer ser mãe mas não já, até porque o único ser vivo que se teve foi uma hidrângea num vaso ao fundo da cozinha, que morreu de falta de água (ou isso ou dos gases de comida queimada que saíam do forno). Aos 50, quem teve filhos já os criou (a não ser que tenha sido mãe aos 45 e ainda ande de bofes de fora a levar os putos ao infantário), quem não teve já se resignou, e pelo menos já não se entra em parafuso quando o período está em atraso.

Aos 20: TUDO NA BOA
Aos 50: TUDO A IRRITA

Aos 20, desde que ele seja minimamente giro e simpático, tudo bem. Ele até pode arrotar depois da sopa, deixar pilhas de roupa para lavar amontoada pelos cantos (já lá foi à casa que ele partilha com mais três e viu o estado de sítio em que viviam) mas faz parte. Aos 50, supostamente devíamos ter aprendido a ter mais paciência e desenvolvido uma atitude zen, mas a verdade é que as mais pequenas coisas nos tiram do sério: que ele partilhe coisas idiotas no Facebook, que venha com aquela do ai estou muito traumatizado pela minha ex que me fugiu com o faqueiro da avó, o vinil do primeiro disco dos Stones, e o número de telefone do meu melhor amigo. Não porem a tampa da sanita para baixo nem levarem os copos sujos da sala para a cozinha, mas acima de tudo o acharem que isso não tem importância nenhuma, que isso vai acabar por ser feito por outra pessoa, o acharem que a vida deles é muito mais importante, que há mundos para descobrir e pessoas para salvar e que o tempo deles é demasiado precioso para desperdiçar com a tampa da sanita. Claro que isto são só alguns. Mas que irrita, irrita.

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