Ele é brilhante! E ela… nem por isso. Isto segundo um estudo recente da Universidade de Nova Iorque, publicado na revista científica “Journal of Experimental Social Psychology”, que mediu percepções globais ligadas ao género.
Os resultados revelam que adultos e alunos do primeiro ciclo em 79 países vêem os homens como sendo brilhantes numa escala muito superior comparativamente às mulheres. Sem surpresas, as implicações desta realidade têm um grande impacto no campo profissional. “Os estereótipos que retratam o brilhantismo como uma característica masculina têm a probabilidade de travar a progressão das mulheres num espetro amplo de carreiras de prestígio”, diz Daniel Storage, autor principal deste trabalho.
“Perceber a prevalência e magnitude deste estereótipo de género e brilhantismo pode informar futuros esforços para aumentar a equidade de género no panorama profissional”, acrescenta Andrei Cimpian, coautor do estudo. Numa investigação anterior, o professor assistente de Psicologia na Universidade de Denver concluiu que as mulheres estão pouco representadas em carreiras que requerem altos níveis de perceção de genialidade como, por exemplo, na áreas das ciências e das tecnologias, porque não são vistas como detentoras de talento intelectual bruto ao mesmo nível que o dos homens.
Curiosamente, a maioria dos participantes afirmou que não acredita que os homens sejam mais inteligentes do que as mulheres. Contudo, as mentalidades revelam o contrário. A isto chama-se ‘estereótipo implícito’, ou seja, uma suposição automática sobre género e inteligência. Para identificá-la, os investigadores recorreram a um teste de associação implícita, no qual os inquiridos categorizaram imagens e palavras que passavam rapidamente, revelando assim as suas associações implícitas. Os resultados foram consistentes em cinco estudos.