Independentemente do estado civil, a frustração sexual não é divertida — ou algo que deva ser ignorado.
Satisfazer o desejo sexual pode e deve ser uma prioridade, uma vez que os especialistas associam isto à qualidade de vida em geral. Portanto, se sente algum desequilíbrio a esse nível, deve começar por identificar o problema (e como resolvê-lo).
Mas, antes de mais, é importante definir o que é a frustração sexual. Tal como o nome indica, faz referência a quaisquer sentimentos de insatisfação com o estado atual da vida íntima, explica a sexóloga Shamyra Howard à revista O, The Oprah Magazine. “Ocorre quando as experiências sexuais que quer não estão alinhadas com as que tem”, acrescenta. “A maioria das pessoas — independentemente do género, da sexualidade ou do estado civil — vão sentir frustração sexual em algum momento da vida”.
Quais são os sintomas?
As pessoas sentem e exibem sintomas de frustração sexual de formas diferentes. Por exemplo, algumas perdem o interesse em sexo e recusam-no sistematicamente, diz Howard, enquanto outras podem procurá-lo mais (potencialmente com alguém que não é o parceiro) ou decidir masturbar-se quando, na verdade, preferiam ter relações sexuais. Podem até surgir sintomas de depressão, sendo que as oscilações de humor também são comuns.
Para ajudar a identificar como se sente, a sexóloga Jessica O’Reilly sugere um exercício na mesma publicação: questione-se sobre o porquê de fazer sexo. “Que benefícios retira, e como se sente antes, durante e depois?” pergunta. “Esses sentimentos são esmagadoramente positivos, neutros ou negativos?” Se as respostas estiverem mais entre os territórios neutro e negativo, talvez se sinta um pouco (ou muito) frustrada.
Como lidar?
Isto é algo que deve ser feito com muito cuidado e consideração, tanto por si como pelo seu parceiro. O primeiro passo deve ser identificar a causa da frustração, começando por excluir problemas de saúde e efeitos secundários de fármacos/suplementos.
De seguida, fale com o seu companheiro. “Muitas pessoas fazem sexo, mas raramente falam sobre isso. Crie uma linha de comunicação aberta para discutir o que funciona e o que gostaria de mudar“, aconselha a sexóloga Shamyra Howard.
A partir daí, talvez tenha de mudar a forma como vê o sexo. “A frustração, muitas vezes, resulta de cenários que não vão de encontro às expectativas, mas é importante sublinhar que quando tem um desenlace específico em mente, pode estar a sabotar-se”, diz O’Reilly. “Uma forma específica de evitar a frustração sexual é explorar o prazer pelo prazer, e não com foco num objetivo específico”.
Se é solteira em tempos de pandemia…
Com ou sem parceiro, não tem de ser abstinente. Se a sua frustração sexual se deve à falta de contacto íntimo, a solução passa (literalmente) pelo amor-próprio.
“Masturbe-se, saia em encontros românticos consigo mesma e dê valor a todas as coisas em si que quer que um parceiro valorize“, diz Howard. Jessica O’Reilly concorda: “Muitas vezes, queixamo-nos de que estamos sexualmente frustrados, como se lidar com os nossos sentimentos fosse a responsabilidade de outra pessoa”, acrescenta. “Cada um de nós é responsável pela própria realização sexual… Cabe-nos decidir o que funciona”.