
Muitas pessoas acreditam que para uma relação ser saudável têm de existir, mesmo que pouco frequentes, “grandes gestos”. Quer seja um presente caro ou uma estadia num local paradisíaco, as surpresas “de luxo” são vistas como a salvação de alguns relacionamentos Contudo, aquilo que realmente faz durar o amor, a paixão, num casamento, não poderia estar mais longe desta realidade.
Por mais cliché que seja, são os pequenos gestos diários, que acabam por se tornar rotina, que determinam o nível de felicidade na relação. Mas não uns quaisquer. De acordo com John Gottman e Janice Driver, há três tipos de resposta a uma “tentativa de conexão” por parte de um dos membros do casal – não necessariamente algo romântico.
Por exemplo, se o nosso companheiro comenta algo como: “Olha a roupa daquela pessoa“, podemos ter três atitudes. Uma delas é ignorar, a outra é responder de forma irritada e, por último, responder com carinho. Neste último caso, a resposta não tem de ser “poética” – basta que mostremos estar atentos e que ofereçamos algum afeto e atenção através da nossa reação (que pode, por sinal, ser apenas gestual). No fundo, que haja uma interação positiva entre o casal.
A investigação dos dois autores tem como base a análise a alguns relacionamentos. Gottman e Driver observaram as interações de vários casais no início do casamento e seis anos depois de darem o nó. No final, descobriram que aqueles que ainda estavam casados após aquele tempo eram os que tinham uma média de 86% de “respostas carinhosas” às tentativas de conexão do outro. No que toca aos que já se tinham divorciado, a percentagem de interações positivas era, inicialmente, de apenas 33%.