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Noam Shpancer, psicólogo, escreveu um texto para a Psychology Today, no qual fala acerca do traço de personalidade que mais se associa à longevidade. Para tal, baseou-se no modelo dos “Grandes Cinco”, que organiza diferentes tipos de personalidade em cinco padrões: neuroticismo, abertura, amabilidade, extroversão e conscienciosidade.
Ora e o interessante é que cada um destes padrões pode funcionar como forma de tentar prever o futuro, já que cada um se associa a diferentes tipos de comportamentos. “Nos últimos 30 anos, acumulou-se evidência que sugere que aspetos da personalidade predizem a longevidade“, escreve Noam. E parece que um destes cinco tem, aqui, um grande destaque.
Falamos da conscienciosidade. De acordo com o autor, vários estudos demonstraram que esta característica surge de mãos dadas com mais anos de vida. “Níveis mais elevados de conscienciosidade foram significativa e positivamente associados à longevidade“, concluiu uma análise de Margaret Kern e Howard Friedman, da University of California, em 2008.
Já mais recentemente, em 2020, Nicholas Turiano e alguns colegas da West Virginia University, juntaram dados de 44702 participantes de 12 diferentes estudos, concluindo que “emergiu um padrão consistente de elevados níveis de conscienciosidade a prever um reduzido risco de morte“. O motivo? Estas pessoas têm menos tendência a tomar riscos – seja atividades radicais ou hábitos pouco saudáveis, como fumar.
Mas não só. Já este ano, 2021, Páraic Ó Súilleabháin, junto a colegas da University of Limerick, descobriu que este traço se associa a maior longevidade porque tem um impacto na nossa imunidade. Os investigadores olharam para dois marcadores biológicos – Interleucina-6 e Proteína c-reativa -, ligados à morbidade relacionada com a idade. Naqueles com maior conscienciosidade, foram detetados menores níveis de Interleucina.