No ano de 2020, as percentagens de divórcios subiram cerca de 34%, lê-se na revista Parents. E a terapeuta Beth Proudfoot parece ter uma simples explicação: “estamos todos no limite“. Graças à pandemia – entre outros fatores -, o maior tempo passado em casa levou também a mais discussões e desentendimentos. E aqui surge a antiga dúvida: é aceitável discutir à frente dos filhos?
De acordo com Beth, a verdade é que torna-se difícil não o fazer – afinal, todos vivem na mesma casa e, com a covid-19, são raros os momentos em que a família não está toda em casa. Assim sendo, a especialista explica que se torna problemático discutir acerca de coisas que não conseguimos mudar ou aceitar em relação ao outro, como opiniões políticas ou questões familiares. Por outro lado, discussões construtivas até podem servir como lição para os mais novos.
“Discutir é uma forma de comunicação. Não concordar com algo e ter a necessidade de resolução é algo natural e parte da vida familiar“, garante Penny Mansfield, especialista em relacionamentos. Porém, acrescenta que o grande erro que os pais cometem é começar uma discussão em frente aos filhos e não a terminar com eles a assistir. Isto porque as crianças podem continuar preocupadas com a discussão e beneficiariam de saber como esta fora resolvida.
Como discutir “melhor”?
- Foque-se na respiração
- Escute a outra pessoa com atenção
- Não mude o assunto
- Use frase como ‘penso que’ ou ‘sinto que’
- Escolha o momento ‘ideal’ (por exemplo, se o outro já estiver stressado por um assunto de trabalho, mais vale deixar a conversa para depois)
- Não use métodos destrutivos (desde ameaças ao silêncio)
- Pense nas crianças (se elas mostrarem desconforto ou pedirem para a discussão terminar, respeite-as)
Lembre-se sempre também de pedir desculpa por tê-los envolvido na discussão e oiça aquilo que têm a dizer acerca de como a situação os fez sentir. Com a prática e o tempo, as discussões podem tornar-se momentos destrutivos e não apenas “ataques de raiva” sem resolução definida.