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Normalmente, somos nós a lançar desafios aos entrevistados, mas desta vez fomos nós a ser postas à prova. Durante um mês mudámos hábitos profundamente enraizados no nosso dia a dia ou ainda decidimos criar outros, mais saudáveis. Pelo menos, tentámos…

Mais ainda que na passagem de ano, os meses depois das férias de verão, trazem uma nova onda de boas intenções. Entre mergulhos e bolas-de-berlim, prometemos deixar o açúcar, fazer exercício o ano inteiro, ler mais e ver menos televisão à noite… Este ano, a redação da ACTIVA decidiu não ficar pelas boas intenções e passar à ação.

E nem sempre somos o exemplo de boas práticas democráticas. Que o diga Patrícia, empurrada para o ginásio à força, depois de uma vida sedentária que nunca a incomodou particularmente. Já Catarina não precisou de ajuda para dificultar a sua própria vida. Ainda lhe sugerimos que passasse a beber mais água, mas ela preferiu levar água ao seu moinho: comprou o passe Navegante e começou a vir de Lisboa para Paço de Arcos de transportes, desafio que veio a dar-lhe água pela barba. Foram 30 dias por vezes difíceis, com muita contestação (e gargalhadas) à mistura, agora aqui relatados numa espécie de desabafo público.

Aqui fica o testemunho da nossa editora de Arte. O próximo episódio sai daqui a uma semana.

Cristina Sanches
Desafio: um mês sem iPad na cama

“Tenho 55 anos e nunca fui aquele tipo de pessoas que no início do ano traça metas e se propõe atingir objetivos. Deixo a vida acontecer, e não me posso queixar. Há cerca de 7 anos deixei de fumar. Era um vício que me acompanhava desde a adolescência, que me incomodava, mas que ia deixando acontecer. Até que, há 13 anos, comecei a pensar que não queria chegar aos 50 como fumadora – mas sem o verbalizar, para não me comprometer com metas. Até ao dia em que, juntamente com uma colega, decidi procurar ajuda para deixar de fumar. Afinal, com companhia somos mais fortes, não é verdade?

Quando na redação nos propuseram um desafio a cumprir num mês, algo que pudéssemos mudar na nossa vida, pensei logo numa ideia que andava a ganhar cada vez mais espaço na minha cabeça: reduzir o número de horas passadas em frente ao ecrã. Não é, eu sei, a tarefa mais difícil, mas é o que mais me desafiou naquele momento. No trabalho, passo cerca de oito horas por dia ao computador. Não sou grande apreciadora de televisão, e por isso, depois de jantar, agarrava no tablet e ficava horas no sofá a navegar nas redes sociais, a ler algumas notícias, a jogar e, sobretudo, a encher os meus álbuns do Pinterest. Já estava a tornar-se um vício. Como se não bastasse, levava o tablet todos os dias para o quarto e não lia, nem livros nem revistas, e, acima de tudo, andava a dormir muito mal: acordava várias vezes e custava-me voltar a adormecer.

Comprometi-me, então, perante a redação, que durante um mês não levaria o tablet para o quarto. Houve um dia ou outro que me esqueci e quando dava por isso já estava sentada na cama com o tablet, pronta para começar a ‘navegar’. Mas imediatamente me lembrava do compromisso e desligava-o. Logo no início do desafio faleceu Agustina Bessa-Luís e cheguei à conclusão de que sabia muito pouco sobre ela. E, aí, a tentação foi grande. Havia uma oferta enorme online, todos os jornais publicavam entrevistas, havia documentários, biografias, mas nem assim pequei. Depois vieram as férias e tudo se tornou mais fácil – até porque a rede era muito fraca – levando-me a praticamente a não pegar no tablet. Convém dizer que me refiro sempre ao tablet, mas também inclui o telemóvel neste detox digital noturno.

E o que é que eu ganhei com este desafio? Muito. Para começar, coloquei as leituras em dia: tinha um livro com o marcador a meio há meses na mesa de cabeceira que, finalmente, acabei e voltei a encantar-me com os livros em papel. E depois durmo melhor, não sei se por sugestão ou não, mas é um facto. Tenho menos dores no braço direito e sobretudo dou o merecido descanso aos meus olhos por mais horas. Quero tornar esta meta uma constante na minha vida? Quero, pois sinto-me bem melhor sem a dependência do tablet. E aprendi alguma coisa com este desafio? Sim. Aprendi que não há regra sem exceção e que afinal nem sempre é mau traçar regras. Obrigada, ACTIVA.”

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