Os acontecimentos reais que inspiraram a série Sex/Life, da Netflix, podem ser lidos no livro “4 Homens em 44 Capítulos”, da escritora norte-americana BB Easton. Nesta obra autobiográfica, Easton relata tudo o que fez para apimentar o seu casamento, após o nascimento do segundo filho. A escritora sentia que a relação tinha caído na rotina e que lhe faltava o entusiasmo de outrora. Neste sentido, começou a escrever um diário onde fantasiava com as experiências sexuais que teve com os seus quatro ex-namorados. E foram estas antigas relações, que aconteceram antes de conhecer o marido, que deram um novo fulgor ao seu casamento.
Isto porque BB Easton deixava deliberadamente este diário “à mostra”, para que o marido o pudesse ler. E quando isso acontecia, o marido da escritora preparava algo especial, de forma a dar-lhe aquilo que ela desejava naquele momento. Ou seja, o diário tornou-se numa ferramenta de comunicação entre o casal altamente valiosa, embora, enquanto psicóloga, Easton admita que é fundamental para um casal falar abertamente das necessidades e dos desejos de cada um.
Na série da Netflix, que ocupa o primeiro lugar das mais vistas em Portugal, esta é a premissa, mas, a partir daqui, há várias nuances e contornos novos e únicos da trama. A segunda temporada, que estreou no início de março, foi amplamente aguardada pelos muitos fãs desta série, que já questionam se haverá uma terceira temporada. Para muitos, o segredo do sucesso de Sex/Life prende-se unicamente com as cenas de sexo, mas isso é limitador. A história em si é altamente relacionável, já que aborda a sensação de monotonia que pode caracterizar as relações, em determinada altura. Mesmo quando aparentemente, tudo é perfeito. Além disso, retrata a necessidade de algo mais pelo prisma da mulher, o que normalmente não acontece.