O Dia Mundial de Combate ao Bullying assinala-se a 20 de outubro. Uma data que serve como alerta internacional para este problema com que muitos jovens (con)vivem.
Segundo a revista “Psychology Today”, a palavra inglesa descreve um padrão distinto de prejudicar e humilhar outras pessoas repetida e deliberadamente, em particular aquelas que são mais pequenas, fracas, jovens ou, de alguma forma, mais vulneráveis do que o agressor. Aliás, fazer de pessoas indefesas um alvo é o que distingue o bullying da agressão convencional.
Este conjunto de maus-tratos pode envolver tanto ataques físicos como verbais. Estudos sobre o tema indicam que o bullying atinge o pico por volta dos 11–13 anos e diminui à medida que as crianças crescem. As agressões físicas, incluindo pontapés e empurrões, são mais comuns entre as crianças mais novas. Já as agressões relacionais, como espalhar boatos e praticar a exclusão social, é mais comum à medida que as crianças amadurecem.
Os oito tipos de bullying
Embora muitos de nós estejamos familiarizados com a forma tradicional de bullying, que envolve agressões físicas ou verbais, há muitas outras maneiras de este comportamento prejudicial manifestar-se, podendo ser:
- Físico: inclui beliscões, socos, chutes, empurrões e afins. Aproximadamente 3% dos mais jovens pelo mundo passam por ele;
- Verbal: envolve alcunhas jocosas, ofensas e provocações;
- Escrito: acontece quando são usados bilhetes, cartas, cartazes e desenhos depreciativos para atacar os colegas;
- Material: a vítima tem os seus pertences danificados, furtados ou atirados contra si;
- Cibernético: a agressão ocorre em meios digitais como, por exemplo, o e-mail, fotos, vídeos e publicações que, em pouco tempo, alcançam muitas pessoas. Por conta da rápida disseminação, as ofensas online podem ter um poderoso impacto;
- Moral: aqui, a tática é difamar, intimidar ou caluniar, imitando ou usando trejeitos próprios do alvo como armas;
- Social: criar rumores, ignorar, fazer pouco caso, excluir ou incentivar a exclusão, de modo a humilhar, estão entre as estratégias;
- Psicológico: todos os tipos têm um componente que afeta a saúde mental, mas aqui destaca-se a pressão na psique induzida por diversos meios.
Os protagonistas
É essencial analisar não apenas as vítimas, mas também todos os intervenientes, ou seja, aqueles que desempenham um papel ativo no processo.
- Autor: o perpetrador que age conscientemente, mas sem se preocupar com as consequências. É alguém que precisa de atenção e, em alguns casos, tratamento. Também tem um risco maior de desenvolver problemas de saúde mental.
- Alvo: a vítima, cujo calvário pode deixar marcas profundas a ponto de terem repercussões para o resto da vida. Diante da coação, pode manifestar-se de forma insegura e não se defender, ou mostrar um temperamento mais exaltado e revidar;
- Espectador: o silêncio ou os risos dos que estão à volta reforçam, ainda que sem intenção, os ataques físicos ou verbais. Muitas vezes, essa conduta resulta do medo de ser o próximo alvo.