Com o avançar da idade, são muitas as mulheres que se sentem em conflito com as expectativas e as exigências que sentem quanto à própria aparência. Existe uma pressão para se manter o aspecto jovem, mesmo que o corpo comece a mostrar sinais naturais da passagem do tempo.
Muitas mulheres acabam por desenvolver relações negativas com os próprios corpos, procurando soluções para fugir a algo que é inevitável. Sim, é possível retardar alguns sinais de envelhecimento, mas nunca manter uma jovialidade eterna.
Amber Wardell, psicóloga da Universidade de Memphis, nos EUA, admite que o envelhecimento é algo difícil de lidar por todas as mulheres, ainda que existam pontos positivos que chegam com a idade. “Muitas dizem que foi só ao saírem dos 20 ou 30 anos que se encontraram e passaram a viver com maior autenticidade, livres das inseguranças e expectativas da juventude. Por outro lado, muitas sentem-se descartadas e marginalizadas, como se fossem ficando invisíveis à medida que envelhecem”.
Para a especialista, a forma de se encontrar um equilíbrio dentro deste paradoxo está no quebrar estereótipos relacionados com o avançar da idade e “abraçar a liberdade que advém de encontrarmos o nosso eu autêntico à medida que envelhecemos”.
“Está na hora de as mulheres feministas começarem a remodelar a narrativa à volta do envelhecimento. E este trabalho tem de ser interno”, continua, para depois falar do cultivo amor-próprio antes de se tentar estereótipos culturais.
Para se encontrar este equilíbrio, sugere cinco verdades que merecem uma reflexão:
1 – “As opiniões masculinas são opressoras e nada dizem sobre o nosso valor”.
2 – “Libertar-nos da objectificação sexual não é um símbolo da diminuição do nosso valor, mas sim um símbolo da obsessão tóxica da nossa cultura pela juventude”.
3 – “ Não há problema em sentir incompatibilidade entre os nossos sentimentos e a nossa aparência. Corpos e rostos mudam à medida que envelhecemos, mas o nosso mundo interior pode permanecer jovem”.
4 – “Envelhecer é saudável e normal”.
5 – “Falar abertamente sobre as nossas necessidades e experiências é a forma de normalizar as atitudes saudáveis em relação ao envelhecimento das mulheres e acabar com a nossa discriminação e marginalização”.