1. Perceba-o – As crianças querem ter boas notas e agradar aos pais. Só não o fazem quando não podem. E se não estão a poder, perceba porquê.
2. Use o silêncio – Se o ano passado correu mail, pense no que é que podem fazer todos para que corra melhor. Às vezes a solução ‘dar-lhe mais explicações!’ pode não funcionar. Primeiro pergunte-lhe a ele o que acha que não correu bem. Depois sente-se dez minutos sozinha e perceba que mudanças práticas pode fazer.
3. Mais sono – A maioria das crianças precisa de dormir mais do que dorme. Verifique como pode organizar-se.
4. Mais calma – Ninguém se concentra e aprende se não tiver paz, sossego e hora marcada. Isto parece óbvio, mas não é posto em prática na esmagadora maioria das famílias. Estudar, seja em que idade for, leva tempo.
5. Anime-o – Aprender implica avanços e recuos. Veja um erro não como um falhanço mas como uma oportunidade para tentar de novo.
6. Entusiasme-se – Mesmo que o português ou a matemática não a alegrem por aí além, leve-o a entusiasmar-se.
‘Já viste como isto é giro?’, em vez daquela postura do ‘ai que chatice, vamos lá então fazer os trabalhos’.
7. Não compare – Nem com os amigos, nem com os irmãos, nem com uns tios (que eram todos uns génios), nem com os pais (esses então nem se fala), nem com o vizinho… Cada um dá o que pode. O que importa é se ele se esforçou. Cada aluno é individual, por isso a ele não o ajuda nada que lhe diga ‘mas se os outros conseguem, porque é que tu não consegues?’ Compare-o antes com ele próprio. ‘Vês, há dois meses ainda não sabias isto, conseguiste aprender muito bem, também vais conseguir aprender o resto. Queres tentar agora ou vamos primeiro comer uma bolacha?’
8. Seja realista – Pois, às vezes não se esforçou mesmo… Então deixe-o ter más notas e não culpe o professor. Doi? às vezes doi mais no orgulho dos pais.
9. Não critique – ‘Não fazes nada, és um irresponsável’… Criticar é o caminho mais simples: alivia a consciência dos pais mas não resolve nada, porque ir à raiz do problema é que dá trabalho. Em vez de perder tempo a ralhar, ouça-o, perceba as suas razões e tente encontrar caminhos para resolver as suas dificuldades. O que importa é não desanimar e aprender a superá-las.
10. Ligue-o à emoção – Aprender está relacionado com a emoção. Dificilmente memorizamos coisas de que não gostamos ou que não estão relacionadas com nada. Pode contar uma pequena história de que se lembre a propósito de qualquer coisa em que ele tenha mais dificuldades (ou seja, tornar pessoal aquela matéria impessoal).
11. Não lhe chame preguiçoso – Todos somos diferentes e ninguém é preguiçoso a tudo. Só o somos quando aquilo não nos interessa ou achamos que nunca vamos conseguir aprendê-lo. Perceba de onde vem a ‘preguicite’ e saiba que não se vence à força.
12. Perceba como ele aprende – Cada pessoa aprende à sua maneira. Alguns concentram-se durante mais tempo, outros precisam de mais intervalos para irem lá fora respirar.
13. Lute contra a desmotivação – Transmita a ideia de que nem sempre fazemos aquilo de que gostamos, tal como nem sempre comemos aquilo de que gostamos, mas isso não é um drama! É natural que se sintam desmotivados, estão a começar… Treine a postura: ombros, erguidos, peito para fora, é hora de ir à luta (se o fizer rir é mais fácil…)
14. Diminua a ansiedade – É normal que stressem: ninguém gosta de se sentir julgado. Por isso, ajude-o: dê-lhe tempo para se habituar e banalize a situação afinal, os TPCs não são assim tão importantes.
15. Diga que é normal todos termos dificuldades – Toda a gente foge daquilo que não sabe fazer bem. Por isso dê-lhe confiança e mostre-lhe que tudo se conquista. E depois leve-o a comer um gelado lá fora.
16. Mantenha a calma – Raciocine que aquela criança não é você, é um ser humano totalmente diferente. Não é você que ali está em causa. Além disso, ralhar só vai piorar as coisas. Mantenha a voz suave e aprenda a ouvi-lo em vez de lhe dar ordens.
17. Não abandone o bom aluno – Às vezes andamos em cima dos ‘maus’ alunos, e se temos um bom aluno em casa, como não dá trabalho, leva só uma palmadinha nas costas, às vezes nem isso… Continue a motivá-lo. Em vez de brinquedos ou objetos ofereça-lhe alguma atividade de que ele goste e que a escola não ensine. E continue a elogiá-lo, não tome as boas notas como garantidas ou como se ele não fizesse mais que a sua obrigação.
18. Ajude-o a organizar-se – . Pendure na parede um calendário grande e habitue-o a marcar os dias dos testes e o dia em que tem de começar a estudar. É mais fácil que ele se organize visualmente do que dizer ‘Ó Vasquinho, só faltam 5 dias para o teste!’
19. Doseie o estudo – É mais eficaz estudar meia hora por dia do que fazer depois maratonas para estudar o que não estudou no dia a a dia.
20. Ensine-o a estudar – Habitue-o a ler em voz alta e depois a resumir o que leu. Se ele não conseguir à primeira, não perca tempo a exasperar-se. Insista. Se vir que ele não dá mais, tenha o bom senso de o mandar descansar, apanhar ar ou ver televisão.
21. Evite reações despropositadas às notas – Valorize mais o esforço que o resultado. Se ele não se esforçou assim tanto, aproveite para conversar com ele e procurar soluções para melhorar.
22. Seja um modelo de movitação – Se sai de casa todos os dias a arrastar os pés, a bocejar e a dizer ‘ai que chatice’, não espere uma criança motivada com o seu ‘emprego’.
23. Dê razões – ‘Tens de estudar para ter um bom emprego’… Não lhe parece que com 9 anos isso ainda vem um pouco longe? Encontre razões mais lógicas: porque vais ficar mais esperto, porque vai desenvolver as células do teu cérebro (se encontrar uns Factos Engraçados sobre o cérebro é ainda mais divertido) ou porque vai ficar a saber muitas coisas.
24. Detenha-se no que fez bem – Não pergunte apenas ‘Sabes porque é que fizeste isto mal?’, mas ‘Sabes porque é que fizeste isto bem?’. Saber de onde vêm as nossas forças é tão importante como identificar as nossas fraquezas.
25. Não se separem chateados – Se lhe ralhar, termine com um abraço ou um carinho. Ele deve perceber que não é ele que está em causa, mas um determinado comportamento.
26. Elogie – Somos rápidos a reclamar das más notas mas parcos a elogiar as boas… não elogie cada passo que ele deu, mas quando consegue uma boa nota não se poupe.
27. Não passe o tempo todo que estão juntos a falar das notas – Façam uma atividade divertida a dois que não tenha nada a ver com a escola.
28. Largue-o – Dê-lhe orientação e depois deixe-o organizar-se como entender. Dê-lhe espaço, não abafe.
29 – Dê uma ajuda – Dito isto, às vezes umas explicações dão muito jeito, mas não espere que as dúvidas se acumulem até que seja quase impossível recuperar a matéria. Pergunte-lhe logo ao princípio se acha que consegue sem ajuda. De qualquer maneira, os pais nunca são bons explicadores, os tios dizem que sim mas depois nunca têm tempo nem treino necessário. Se possível, confie essa tarefa a alguém fora da família. De qualquer maneira, as explicações não devem ser obrigatórias nem devem ser uma ‘muleta’: às vezes podem ser precisas apenas algumas, até que ele recupere ou adquira hábitos de estudo.
30. Treinem também o corpo – Não o encha de atividades intelectuais. Escolha pelo menos uma que seja física, mas lembre-se que nem todos os rapazes gostam de futebol nem todas as meninas gostam de ballet. Há tanto para experimentar!
APRENDER É DIVERTIDO!
Fora da escola, dos TPCs e dos smartphones, algumas atividades podem ser divertidas: é o caso de jogos de tabuleiro como o monopólio ou o xadrez ou mesmo o velhinho Jogo da Glória. Ensine-o a jogar às cartas. Se ainda tem filhos pequenos, encoraje-os a contar degraus, a verificarem a conta do supermercado, a contarem os talheres, a contarem de trás para a frente ou de dois em dois. Antes de lavar o carro, entretenham-se a escrever palavras no pó (este é um clássico mas cuidado para não o ter também a escrever no carro dos vizinhoa). Contem histórias à vez. Joguem ao ‘cadáver esquisito’ e ao Scrabble. Faça um jornal: reúna revistas e jornais que já não queira e entretenham-se a recortar palavras e frases para construir uma notícia ou uma história.