Há vinte anos atrás, caia o Muro de Berlim: um acontecimento que significaria uma mudança profunda na Europa e no Mundo e que muitos consideram o mais importante acontecimento politico após a Segunda Guerra Mundial. Seria o início do processo de reunificação da Alemanha, mas também o prenúncio do final dos regimes comunistas na Europa.
Mas este acontecimento foi, antes de mais, um movimento espontâneo da população, que acorreu para as ruas ao ser noticiada a permissão dada pelo governo para os alemães da República Democrática Alemã (RDA), portadores de passaporte, atravessarem para a República Federal da Alemanha (RFA). O que ninguém podia prever é que milhares de pessoas saíssem à rua e começassem a destruir o muro, o símbolo de um pais fragmentado. Os alemães de ambos os lados da fronteira juntaram-se em comemoração, antecipando na rua o que seria, mais tarde, uma decisão politica irrevogável: a unificação da Alemanha e o fim da RDA.
Construída em 1961, o muro atravessava Berlim, separando a cidade em duas: de um lado, a República Federal Alemã, um regime socialista estreitamente ligado aos soviéticos, do outro, a Alemanha Ocidental, um regime democrático à semelhança do que sucedia nos EUA e Europa Ocidental.
Antes da existência do muro, mais de 3,5 milhões de alemães de leste fugiram para oeste. Para evitar esta fuga em massa da população, o regime da RDA decidiu construir um muro em cimento com 300 postos de vigia, valas e arame farpado. Durante os 28 anos de existência do muro, 5 mil pessoas esforçaram-se por ‘dar o salto’ para Ocidente, tendo morrido 200 nessa tentativa.