Quando Laurence visitou o terreno, ficou seduzida pela envolvente e pela ideia de casa contemporânea.
Procurava a calma, o verde, a luz, a originalidade e o espaço que lhe permitisse ter um andar para as crianças, outro para os adultos, um terceiro para estar em família e receber os amigos e, em jeito de remate, uma zona apenas ocupada por um generoso terraço coberto.
Assente no modelo cúbico de Le Corbusier, a estrutura em L contempla terraços no telhado, uma ala sobre estacas e uma outra suspensa. A fachada é um jogo gráfico, composto de janelas emolduradas a madeira escura contrastantes com o branco de algumas superfícies.
Portas adentro, a luz parece surgir de todas as direcções, fazendo-se anunciar através das muitas superfícies de vidro. A questão do isolamento foi tratada ao pormenor, para que a casa mantivesse sempre a mesma temperatura, independentemente das estações do ano, pelo que foi instalado, para o efeito, um sistemo de geotermia.
A luz natural é sem dúvida a mais privilegiada, complementando-se apenas com focos embutidos no tecto e paredes e algumas luminárias de chão, para criar ambientes mais intimistas. A dualidade branco/negro é marcada pela introdução de cores vivas nos interiores. Laranja e rosa na sala de refeições, onde se dispõe mobiliário contemporâneo, com assinatura Philippe Starck para a Kartell (cadeiras), ou Ingo Maurer (lustre).
O laranja casa com o verde-maçã da sala de estar, onde imperam matérias-primas naturais. Como elo de ligação entre as divisões em open space, optou-se por utilizar o mesmo pavimento de madeira em todo o piso, à excepção da cozinha. A organização desta área contempla três zonas: uma de confecção, voltada para o exterior, outra de lavagens, embutida num bloco de madeira, cujas costas estão voltadas para a terceira zona, a de refeições, envolvida por fachadas de vidro. O corian branco é o material de eleição na cozinha. Obtido a partir da união entre materiais naturais e acrílicos, o corian é bastante resistente e suave ao toque.
Uma espécie de muro interrompido separa a sala de estar e as escadas que dão acesso ao andar superior. Aqui, todas as atenções estão voltadas para a casa de banho, edificada no centro do piso. O corian branco ganha novamente expressão, agora associado à teca, moldando-se em formas geométricas de diferentes tamanhos e larguras para dar corpo à banheira e lavatórios. A mesma simplicidade de linhas invade o quarto do casal, apenas com uma cama e uma estante sob a janela que acompanha todo o comprimento da mesma.
Tudo o resto são objectos exóticos chineses que os proprietários foram coleccionando em viagens ao longo de anos. As paredes vermelhas estabelecem ligação à casa de banho, que recorre aos mesmos tons, reflectidos no conjunto de espelhos, auferindo profundidade ao espaço privado. Um profundo sentido estético, aliado às mais diversas funções, resultou neste projecto assente no diálogo interior/exterior.
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