Cerca de 900 mil portugueses (9% da população) são portadores de deficiência. Joana Santiago não quer que as crianças deficientes sejam só mais uma estatística. Quando, há 13 anos, foi mãe de Francisco, uma criança com necessidades especiais, o seu mundo mudou completamente. "Ao deparar-me com as necessidades dele, deparei-me com milhares de outros pais que vivem dificuldades semelhantes e que procuram recursos e respostas necessárias ao desenvolvimento dos seus filhos."
Mãe de três rapazes e enfermeira, profissão que ainda exerce, Joana arregaçou as mangas e criou o BIPP – Banco de Informação de Pai para Pais, em 2005. A sua missão é informar e encaminhar as famílias de portadores de qualquer tipo de deficiência para instituições que sirvam as suas necessidades, sejam elas médicas, pedagógicas, educativas ou laborais. Os instrumentos de ajuda e resposta são o site www.bipp.pt e um Centro de Atendimento, onde três consultoras ajudam atualmente mais de 200 famílias. Estas vivem, muitas vezes, situações de exclusão social. "Vivem de subsídios que não pagam nem um décimo das suas despesas. Os pais vivem angustiados por não saberem o que vai acontecer aos filhos depois da sua morte. Tudo o que existe para adultos deficientes está cheio, as listas de espera são infindáveis e o mercado de trabalho para eles ainda é uma miragem."
Em 2010, o BIPP fervilhou de atividade: a criação do espaço In Férias, que juntou 138 crianças com necessidades especiais e crianças carenciadas num campo de férias em Cascais; o 1.º Forum BIPP no Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão, onde se debateram temáticas respeitantes às crianças dos zero aos seis anos; feiras de Natal e outras atividades de angariação de fundos e divulgação. Este sucesso levou à inauguração, em fevereiro, de um segundo espaço em Cascais e ao planeamento da abertura de um terceiro Centro, no Porto. "Mas para que ele funcione, precisamos de fundos", diz Joana.
Em curso está também a criação de postos de trabalho na agricultura para jovens portadores de deficiência, e o projeto In Vida, um centro de formação, destinado a dar lhes competências sociais e pessoais, preparando-os para o mercado de trabalho e dando-lhes mais autonomia. Projetos que procuram uma sociedade mais justa.
Fotos: Paulo Jorge Figueiredo
O Prémio Mulher Activa 2011 foi patrocinado por: |
|
** Este artigo foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico **
Assine a ACTIVA em formato DIGITAL!