
Neste pequeno escritório a estante modular, da Ikea, de parede a parede, tem espaço para encaixar uma mesa de trabalho, deixando a superfície livre para pendurar quadros
As estantes são elementos funcionais e decorativos que podem assumir lugar de destaque numa casa. Têm a capacidade de criar um ambiente acolhedor e intimista em salas de estar, jantar, escritórios, quartos, cozinhas e até casas de banho. Hoje em dia, inclusivamente, já encontramos no mercado papéis de parede, de várias marcas, que as simulam. No entanto, em muitos casos as estantes não têm meramente papel decorativo e funcional, podendo assumir um papel estrutural numa casa. A estante poderá, por exemplo, funcionar como divisão num espaço pequeno, permitindo, no caso de ser aberta para os dois lados, manter uma boa amplitude e criar duas áreas com funções distintas.
Que materiais são mais utilizados? E os mais duradouros? Quando falamos em estantes, pensamos logo em madeira. Historicamente é sem dúvida o material mais utilizado, com uma vastíssima variedade de tons e densidades, sendo importante saber escolher e optar por madeiras mais duras e resistentes. No entanto, há muitas outras opções, que não só oferecem a mesma qualidade como podem produzir o mesmo efeito… com menores custos. No caso de estantes lacadas pode utilizar o MDF (medium density fiberboard), que ainda pode ter características específicas, como resistência ao fogo e à agua. Se quisermos o mesmo efeito da madeira natural, conseguimo-lo através dos folheados de madeira natural existentes em vários tons. Outro derivado de madeira recentemente utilizado é o OSB (oriented strand board), que fornece um caráter mais industrial através de uma superfície de partículas de madeira orientadas de forma diferente. É muito resistente, de grande durabilidade e totalmente reciclável. Por norma, é utilizado com acabamento em verniz ao tom natural ou então com uma aguada ao tom pretendido.
Já para uma estante com espessura mais fina e visualmente ‘leve’ utilizam-se materiais metálicos, como o aço escovado, corten ou pintado. Se quisermos que faça parte de uma parede, pode usar-se gesso cartonado, com o mesmo acabamento da própria parede, podendo embutir iluminação de forma a criar ambientes decorativos interessantes, de baixo custo e rapidez.
Fazer uma estante de raiz fica mais caro que uma já feita? Uma solução à medida é sempre mais cara que uma solução standard. São claras as vantagens da estante à medida: escolha exata do material, tom, dimensão e desenho adaptado integralmente ao espaço. No entanto, encontram-se no mercado soluções modulares que podem facilmente adaptar-se às necessidades e ao ambiente pretendido.
Qual a profundidade mínima da parede para embutir uma estante? A profundidade do nicho estará sempre dependente da utilização que se queira dar. No caso de uma estante para livros, revistas e objetos decorativos, a profundidade mínima será de 25cm; para dossiês, 30cm; já para integrar um sistema de áudio e vídeo é aconselhável 35cm. No entanto, aconselhamos medir os objetos a que se destina a estante.
Prateleiras versus peso suportado versus ferragens: há alguma fórmula preestabelecida que indique a resposta a esta equação?
Não existe uma forma para definir o tipo de ferragens a aplicar em estantes. É importante ter em conta o material e o seu enquadramento e dimensão. Cada solução deverá ser estudada criteriosamente. No caso de estantes muito compridas poderá ser necessário a utilização de ferragens extra, para compensar não só o peso dos objetos mas o peso da própria estante. Outra solução é a divisão da estante com um maior número de ilhargas, no caso de se querer uma maior divisão dos objetos. As soluções modulares do mercado já veem com a indicação do peso máximo suportado pelas ferragens.
Problema: “Comprei uma casa antiga que tem estantes embutidas, em madeira. São mesmo muito bonitas, mas têm bicho da madeira… ”
O termo ‘bicho da madeira’ inclui vários insetos que a atacam. Estes, em fase de larva, comem a madeira e perfuram-na. Como o bicho é extremamente difícil de tratar, deve evitar o contacto com madeiras saudáveis. A solução mais corrente é a utilização de um inseticida especial, injetado em cada orifício. Contudo, além do cheiro terrível, que demora algum tempo a desaparecer, não garante a resolução do problema. O tratamento mais seguro é recorrer a uma empresa especializada que faça expurgação de madeiras atacadas nas diferentes fases do ciclo de vida do bicho.