No Dia Internacional da Mulher, a empresa internacional de consultoria Deloitte publica um estudo que vem reforçar a importância da representatividade feminina nas empresas.
Dan Konigsburg, responsável da Deloitte Global Center for Corporate Governance, afirma que ter um maior equilíbrio entre géneros nos quadros das empresas leva a soluções mais inovadoras. O estudo concluiu que a maioria dos 25 países analisados estão a tomar medidas para garantir representatividade feminina nos quadros de topo das empresas.
Em mercados e culturas tão dispares como a Alemanha, Índia, Brasil e Israel os governos locais estão a desenvolver ações e propostas legislativas, de modo a promover a diversidade de géneros nas empresas. Na Noruega, depois de terem sido aplicadas quotas de representatividade, já existem 36% de mulheres nos cargos de topo das organizações.
Já no Brasil, continua a discutir-se a inclusão de quotas que possam garantir uma taxa de 40% de mulheres nos conselhos executivos até 2022. A Malásia prevê, até 2016, ter uma representação de 30% de mulheres nos conselhos de administração e cargos sénior na gestão de empresas públicas.
Na China, uma pesquisa da agência de contabilidade Grant Thornton publicada dia 7 de março, revela que as mulheres ocupam 51% dos altos postos de gerência nas companhias da parte continental chinesa, a taxa mais elevada em todo o mundo – a média mundial situa-se nos 24%, segundo o mesmo estudo. Entre as mais de 200 companhias entrevistadas da parte continental, 94% tem gerentes femininas. As mulheres continuam a dominar postos de diretor de recursos humanos e diretor financeiro, a ocupar respectivamente 81% e 61% do total dos dois cargos. Além disso, cada vez mais mulheres ocupam postos tradicionalmente masculinos, de acordo com relatório divulgado pela Grant Thornton. Por exemplo, este ano 25% dos diretores de operação são mulheres, em comparação com a taxa de 9% em 2012.
Na Europa, segundo dados da empresa de consultadoria Mercer, a média de mulheres nos cargos de administração ou gestão é de 29%. Portugal está em 19º lugar na lista de países ordenados por prevalência de mulheres em cargos executivos. Em terras lusas só 27% dos cargos de topo são ocupados por mulheres. Para Mónica Santiago, da Mercer Portugal, a predominância de homens em lugares de topo «deve-se sobretudo a questões culturais e sociais», podendo dever-se a «discriminação intencional» ou inconsciente, pelo «desejo de contratar um semelhante».
O estudo da Mercer analisou ainda a remuneração de 264.000 cargos executivos e de topo, em 5.321 empresas, e concluiu que as mulheres em cargos executivos e de topo na Europa recebem menos do que os homens (dados recolhidos a partir de Abril de 2011).