De Paris para Lisboa, o sucesso de Joana Vasconcelos continua a ser ímpar. Depois de marcar presença no Palácio de Versalhes, na exposição mais vista dos últimos 50 anos, com cerca de 1,6 milhões de visitantes, as emblemáticas obras da artista chegam ao Palácio Nacional da Ajuda, que já recebeu 4646 visitantes, apenas do primeiro fim de semana.
Num diálogo entre a antiga habitação real e as obras contemporâneas saídas da imaginação de Joana Vasconcelos, surgem peças obras de várias dimensões que se misturam e que intervém em todos os espaços, desde as zonas públicas às privadas do palácio. O percurso começa com “Marilyn”, um par de sapatos gigantes criados a partir de tampas e panelas portuguesas, representam a dualidade feminina segundo a criadora. Recusada no Palácio de Versalhes, a obra “A Noiva“, um lustre criado com tampões higiénicos, não ficou solteira e também se encontra em exposição.
Inspirada na rainha portuguesa Maria Pia, a artista apresenta a sua maior exposição individual que resultou de um convite lançado em 2012, pelo então secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas.
Na conferência de imprensa de apresentação das obras da sua autoria, Joana Vasconcelos fez questão de salientar a importância de apresentar as obras num espaço repleto de intimidade. “A honra de estar num palácio português é muito maior do que estar em Versalhes, porque este é meu, é da minha História, é do meu passado, e quero que seja do meu futuro”, afirmou.
Edificado na primeira metade do século XIX, o Palácio da Ajuda foi o local de residência oficial da monarquia portuguesa até à instauração da República e, em 1968, abriu ao público como museu.
A exposição, organizada pelo palácio, monumento tutelado pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), e pela empresa organizadora de eventos Everything is New, ficará patente até 25 de agosto.