A Louis Vuitton é uma das marcas mais cobiçadas do mundo da moda. Uma carteira da maison francesa tornou-se uma afirmação de status, mais do que um mero acessório de moda, desejada por milhões em todo o mundo. Mas os objetos de luxo parecem não ser bem recebidos em todas as culturas.
Esta semana, foi ordenada a retirada de um baú gigante da Louis Vuitton que tinha sido instalado na Praça Vermelha, em Moscovo, para assinalar o aniversário do centro comercial GUM. O baú de dois andares, com 112 metros de comprimentos e 30 de altura, foi concebido para acolher a exposição temporária ‘The Soul of Travel’. Mas a sua presença num local de historicamente tão importante – o mausoléu de Lenine está a dois passos, o Kremlin mesmo em frente – não agradou a muitos russos.
Alexander Sidyakin, um membro do parlamento russo, apresentou uma queixa contra a instalação do baú, alegando que violava as leis relativas à publicidade e ao urbanismo. Sidyakin argumentou que o pavilhão tapa a visão da Catedral de S. Basílio e das torres do Kremlin, para além de poder tornar-se “inconveniente” para os milhares de moscovitas e turistas que passam, todos os dias, na Praça Vermelha.
Na passada quarta-feira, dia 27, um oficial da Administração Presidencial russa afirmou que a instalação deste pavilhão temporário não estava autorizada e ordenou o seu “imediato desmantelamento”, anuncia o New York Times.
“Este é um lugar sagrado para o Estado russo”, afirmou Sergei Obukhov, membro do Comité Central do Partido Comunista, em declarações ao Wall Street Journal. “Existem alguns símbolos que não podem ser banalizados ou denegridos.”
Em comunicado, a Louis Vuitton afirma que o grande baú tinha uma grande ligação com a história da Rússia – o pavilhão é uma reprodução de um baú encomendado pelo príncipe russo Vladimir Orlov, em no início do séc. XX. “A empresa respeita a importância histórica da Praça Vermelha. Esta exposição é uma homenagem à cultura russa ao nosso relacionamento contínuo com este país.”
Os lucros da exposição iriam reverter para uma instituição de solidariedade apoiada pela modelo russa Natalia Vodianova (namorada de Bernard Arnault , presidente e CEO da LVMH, grupo que detém a Louis Vuitton).