Ora pensem: as maluquices gourmet inventadas pelos chefs superstar da televisão por acaso sabem melhor do que as iguarias da avó (que por sua vez agora está na moda tratar como gourmet)? E em termos de modas & elegâncias, quais são asgriffes mais estratosféricas? Chanel, Hermès, Balenciaga, Celine, Lancel, Lanvin, Dior, etc- tudo Casas de vetusta idade.
Se falarmos de livros, de autores, don´t get me started – por alguma razão se diz que quem não leu os clássicos não pode alinhavar ideias com jeito.
Mas o que se calhar nunca vos disse é que acho imensa graça àquela sensação de ver confirmada num livro uma ideia que sempre me deu que pensar: é o feeling "olhem, não sou só eu que penso assim" ou "ena, alguém que partilha os meus disparates".
Uma pessoa cá de casa costuma dizer na brincadeira, quando vê uma criança desengraçada ou um adulto que não deve muito à beleza "coitadinho (a), não foi encomendado com amor" e eu, grande crente no poder da genética, atrevo-me a pensar: a beleza será 50% lotaria genética e outro tanto fruto da paixão dos progenitores?
Pois parece que um
livro recente sobre os
hábitos vitorianos na intimidade conta que no século XIX se acreditava exactamente nessa teoria.
Pode ser uma crença parva mas do que vi do resto do livro será a menos disparatada. Enquanto outras incluídas na obra foram entretanto contrariadas pela ciência esta será menos mensurável, mais sujeita a impressões pessoais ou românticas: resumindo, patetice ou não, eu acho que tem que se lhe diga.
Sempre senti que uma criança encomendada à cegonha de má vontade,por pais que não sentiam grande atracção um pelo outro só porque era suposto nascer ou caía mal não ter filhos, tem menos possibilidades de sair coisa boa. E se uma das partes tiver casado com uma pessoa desengraçada por interesse, mais probabilidades há de a pobre descendência não ser, assim, de capa de revista; o (a) pobre terá contra si a genética, o enfado, a má vontade, já para não falar que crescer num lar sem amor não deve contribuir muito para a auto estima.
Será provavelmente criado (a) pelos cantos, entregue às amas ou colégios, sem que ninguém lhe puxe pelo amor próprio ou se empenhe muito em melhorar-lhe a apresentação.