O lar passou a ser protagonista em 2020. Com o isolamento social, ideias de novas mobílias, cores para as paredes e a busca por plantas para levar mais vida aos ambientes estiveram na lista de prioridades das famílias. Afinal de contas, o aconchego e a beleza tornam os dias passados em casa mais leves e confortáveis.
Acredito que a ressignificação do conceito de home office e o facto de as pessoas passarem a desfrutar mais do espaço de trabalho em casa levou a um movimento interessante, que é o de revitalizar o local onde vivem; de mudar projetos engessados, que muitas vezes são bonitos, mas não têm o perfil de quem ali mora.
Com tudo isto em mente, e na qualidade de designer de interiores, deixo algumas dicas para quem pretende remodelar a casa poder começar a organizar-se desde já:
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Na etapa inicial, é preciso definir o valor estimado do investimento. Este planeamento evita que seja apanhado de surpresa durante a remodelação;
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Avalie as reais necessidades de cada espaço. Parece simples, mas é um passo muito importante. Para começar, verifique a necessidade e circulação de cada local. Tem muita ou pouca circulação? Quantas pessoas utilizarão o espaço? Quais serão as reais funções da divisão – um quarto, por exemplo, que também acumula função do home office? Estas questões ajudarão a definir melhor os planos para cada espaço a ser modificado;
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Pense na mão-de-obra. Muitas vezes, escolher uma equipa mais barata para economizar pode custar caro. Além disso, é preciso avaliar se é melhor “destruir” o que tem e começar tudo do zero ou realmente “apenas” remodelar. A minha experiência na área diz-me que refazer um serviço, às vezes, é mais cansativo, mais caro e muito mais demorado do que começar do zero. Então, fazer no mínimo três orçamentos e prioritizar profissionais com boas referências representa uma oportunidade muito maior de ser ter sucesso no projeto;
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Planeie a sua remodelação, traçando um cronograma estimado para a execução. Mas lembre-se: o projeto deve ser definido logo no início, sem mudanças ao longo do andamento das obras. Qualquer pode – e muito provavelmente vai – aumentar os dias de obras;
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Se houver mobília, cuidado. Uma remodelação mal conduzida pode danificar pisos que não serão trocados, acessórios pelos quais tem carinho etc. Então, a organização é tudo. Tire o que for possível e cubra o que for necessário;
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Depois da obra estrutural, chega a hora de compor a decoração. E quando pensamos no atual cenário mundial, onde nosso lar é o melhor lugar para estarmos, pensamos em conforto e aconchego. Há quem pense também numa boa acústica para assistir a séries e filmes, e até mesmo ouvir (ou produzir) boa música. A decoração do ambiente pode ajudar nesse sentido, por exemplo, ao acrescentar tapetes, posicionar sofás de forma estratégica para conter as ondas sonoras ou investir em cortinas com um tecido mais grosso. São ações práticas que ajudam a melhorar a sensação de aconchego e a ter a acústica necessária;
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A decoração pode (e deve) ser a favor da saúde. A técnica de aplicar o estudo da cromoterapia, com o envolvimento das ondas emitidas pelas cores, nos ambientes é um recurso muito utilizado e, também, um bom aliado para transmitir aconchego, calmaria e paz. Além das cores, as plantas também são ótimas fontes de energia e ajudam a criar ma sensação de proximidade com a natureza. Dependendo da planta escolhida, como a Dracaena Marginata ou a Chamaedorea Elegans, até conseguimos uma boa eficácia no sentido de melhor qualidade do ar. Mas um detalhe importante: para que elas durem mais e fiquem sempre lindas, é preciso ficar atento às estações do ano para melhor gestão da rega;
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Textura e composição com madeira e plantas nos remetem à natureza. Se gosta dessa sensação, invista sem medo;
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Nos quartos, as cores claras são mais calmantes. Mas se quiser dar um toque mais alegre e quente, tons amarelados podem ser uma solução.