Win é o mais recente livro publicado de Harlan Coben, autor norte-americano conhecido dentro dos géneros thriller e mistério. Uma aposta que chega ao nosso país pelas mãos da Editorial Presença e que marca pela diferença granças a um protagonista marcante, um mistério que prende a atenção e uma trama repleta de reviravoltas que surpreendem até à última página.
Comecemos pela persongem principal desta história. Windsor Horne Lockwood III, mais conhecido pelo diminutivo Win, é um homem que se reconhece como privilegiado. Nascido no seio de uma família abastada, tem noção de que a sua fortuna e aparência esbelta transparecem uma ideia de arrogância,altivez ou complexo de superioridade. Reconhece que tira proveito dessa situação, mas revela-se mais do que isso. Win é um homem que tem dificuldade de se apegar, que tem um poder de observação incrível, uma capacidade de análise do outro perspicaz e que é movido por uma noção de justiça às próprias mãos. O leitor entra dentro da cabeça desta figura, entendendo o que o leva a tomar certas atitudes, quer concorde com ele ou não.
O aparecimento de detalhes que remontam a um caso antigo relacionado com a própria família leva Win a entregar-se à resolução de um antigo mistério. Através disso, somos levados numa investigação cativante. Com o passar das páginas, o leitor percebe que foi tecida uma teia de detalhes que culminam para um centro, mesmo quando linha sugere operar sozinha. Há ligação entre todos os factores, e a forma como os vamos descobrindo é credível e deixa antever que existe uma história maior por trás do que é aparente.
A existência de diversas personagens secundárias e de referências a muitas outras figuras pode causar confusão aos leitores que têm maior dificuldade em associar cada nome a uma pessoa. Ainda assim, e no geral, é possível prosseguir na leitura sem problemas maiores na compreensão do enredo. As confissões finais podem causar surpresa e provam de que foi construída uma história coerente e pensada do príncipio ao fim. Quanto a Win, fica a vontade de ver este protagonista em novas aventuras. É que, com esta personalidade, é fácil colocá-lo noutras situações que unem o perigo ao mistério.
Sinopse:
Há mais de vinte anos, a herdeira Patricia Lockwood foi sequestrada durante um assalto à propriedade da família. Escapou, mas os seus captores também, e as coisas roubadas nunca foram recuperadas. Até agora. No Upper West Side, um homem é encontrado morto. Ao seu lado, estão dois objetos importantes: um quadro roubado de Vermeer e uma mala de viagem, de pele, com as iniciais WHL3. Pela primeira vez em muitos anos, as autoridades têm uma pista – não só sobre o rapto de Patricia, mas também sobre outro caso que o FBI não conseguiu resolver. O quadro e a mala de viagem apontam para a mesma pessoa. Windsor Horne Lockwood III – ou Win, como é chamado pelos amigos – não sabe como a sua mala e aquela pintura, que pertence ao acervo da sua família, foram parar junto ao cadáver. Mas, claro, agora já só consegue pensar naquele caso, sobretudo depois de o FBI lhe dizer que o homem que raptou a sua prima esteve envolvido num ato de terrorismo. Win tem três coisas que o FBI não tem: uma ligação pessoal com o caso, uma enorme fortuna e… a sua visão única de justiça.