A viagem acontece à mesa, nos restaurantes pan-asiáticos Boa-Bao, em Lisboa (Largo Rafael Bordalo Pinheiro), Porto (Rua da Picaria) e Barcelona (Plaça del Dr. Letamendi). O destino é a Tailândia, mais precisamente o nordeste, a região de Isaan, onde a cozinha tem claras influências dos vizinhos Laos e Camboja. Aos comandos desta expedição está o chef thai Wattana Nongtoadum, que criou uma espécie de carta pop-up, com pratos que têm como fio condutor uma mistura tradicional de ervas e temperos com os chilis característicos da Tailândia.
Quem já conhece o Boa-Bao sabe que o difícil é escolher. A carta principal é extensa e ainda há um menu sazonal, a que chamam VISA ‘em trânsito’, e outro que nos dá a conhecer regiões específicas, como este que nos transporta para Isaan. Por isso, se for em grupo, nada melhor do que pedir pratos das várias cartas para rentabilizar a visita ao máximo.
Assim, antes de chegarmos ao destino final, fizemos escala no menu permanente: irresistíveis o Gua Bao, um delicioso Bao (pãozinho tradicional) de robalo, como entrada, e o prato principal Geang Phed Ped Yang, pato assado com caril vermelho tailandês, com líchia (que bem fica!), ananás e tomate cherry, acompanhado de arroz de jasmim.
Já em Isaan, duas entradas – Tiras de carne de vaca seca (eleito pela ACTIVA como must-eat!) e Larb Moo Thod, almôndegas de carne de porco com especiarias e molho picante de tamarindo – e dois pratos principais – Pad Mee Korat, o ‘primo’ picante do Pad Thai, um prato de noodles de arroz finos, salteados com barriga de porco ou proteína vegetal Heura (para quem não come carne), pasta de soja e molho de tamarindo, e Salada Som Tam Goong, com papaia verde e camarões. Os pratos desta região do nordeste da Tailândia são picantes mas somos a prova de que é possível sobreviver – e a verdade é nunca estivemos ‘à morte’. Valha-nos a grande diversidade de cocktails e mocktails e o chá do dia para refrescar o palato.
Antes do regresso a Lisboa, sugerimos que a viagem a bordo do restaurante Boa-Bao termine numa nota doce – as sobremesas são onde o chef Wattana dá mais largas à imaginação, dando o seu toque especial, não se limitando à cozinha asiática. Ainda em Issan experimentámos algo bastante diferente e surpreendentemente bom, uns noodles de arroz com aroma de pandan e sorbet de coco. E na volta fizemos novamente escala no menu permanente com dois favoritos de sempre: Crème Brûlée de coco com manjericão e erva-príncipe e Moelleux de chocolate com 5 especiarias chinesas e gelado de baunilha.
Delicioso! Ou melhor, aroi mak!