Cátia e João são pais de Miguel, de sete anos, e de Mariana, de cinco

No Natal não cabe só o bacalhau, o polvo e o peru. Cada vez mais, a consciência dita que as mesas onde as famílias se juntam para celebrar esta quadra se encham de pratos onde todos se sentem incluídos e onde os produtos de origem animal fiquem (maioritariamente) de fora. Precisamente por isso, a ACTIVA online entrevistou Cátia Verdasca, fisioterapeuta de profissão e vegetariana de coração, que partilhou connosco a forma como ela, o marido, João Forte, e os filhos, Miguel e Mariana vivem o Natal, num respeito e harmonia que passam, também, à sua família alargada. Esta, apesar de ter uma alimentação dita tradicional, acolhe e respeita os ideais de Cátia e João, provando que o amor será sempre o ingrediente principal em todas as refeições que se fazem de verdadeira partilha e afetos.

Há quanto tempo és vegetariana e o que te levou a esta tomada de consciência?

Aos 14 anos já tinha deixado de comer carne por nove meses, mas, com falta de conhecimentos e de apoio, voltei a comer. Ficou ali latente a vontade e deixei de comer carne na minha primeira gravidez, há sete anos. Com a amamentação deixei de beber leite, iogurtes e fiquei com vontade de deixar de comer também queijo e peixe. Em janeiro vai fazer sei anos que faço uma alimentação de base vegetal. Tento ser vegetariana, mas alguns doces são a minha perdição. Não digo vegan pois infelizmente ainda há muitas marcas que usam alguma coisa animal. Apesar de cada vez mais tentar ter esse cuidado.

Mas a minha tomada de consciência aconteceu pelos meus filhos, por querer deixar um mundo melhor para eles. Com maior respeito. A quantidade de animais extintos é assustador, as alterações climáticas… Estamos a gastar recursos que não temos. Quando decidi este caminho para a nossa família tirei um curso de alimentação para poder perceber as diferenças de correntes nos nutricionistas e escolhi uma nutricionista que nos acompanha nesta jornada. Neste momento só precisamos de suplementar a vitamina b12 e tenho muito orgulho em dizer que tenho duas crianças saudáveis.


Enquanto mãe, é fácil aplicar os mesmos princípios de vegetarianismo com os miúdos, certo? Porque esse é o normal em vossa casa e para eles é o que impera, é o que conhecem e faz sentido?

Engraçado ser tão fácil para os meus filhos e a maioria das pessoas à volta tentar complicar. Principalmente os adultos. Os amigos deles respeitam-nos mais do que os respetivos pais, professores e familiares.


Como é que o tema é explicado ao Miguel e à Mariana?

Explico que antigamente não tínhamos consciência que não precisávamos de usar os animais, roupa, trabalho e comida. E que agora já sabemos que podemos respeitar todos os animais e não só os da raça humana. As crianças, no seu geral, adoram animais e não só o cão e o gato. Mas, na verdade, os meus filhos fazem uma alimentação ovo-lacto-vegetariana. Principalmente porque, com cinco e sete anos, têm as festas escolares e, de outra forma, seria difícil a socialização.

A maioria das batatas fritas e pipocas não têm produtos animais, o que até é bom para eles. Mas alguns têm e há pessoas que têm esse cuidado, mas outras nem por isso. O pior são as gomas e marshmallows que são feitos com cartilagem de porco.


E como é um Natal vegetariano? Que receitas não faltam em vossa casa?

Hoje em dia é fácil ter um natal vegetariano, cozinhando tudo de início ou comprando coisas já feitas. Basta ter essa vontade. Como são dias diferentes, fazemos pratos mais especiais, como tofu à lagareiro, tofu com broa, tofu espiritual, tofu com natas (vegetais), seitan com castanhas, rolo de lentilhas… Este ano estou com vontade de comer um Wellington vegan.

Uma tábua de queijos vegan que complementa a mesa da família de Cátia


Sendo o Natal um momento de partilha em família (alargada), como se faz a gestão do que se come? Há pratos para todos os gostos – vegetarianos e não só?

Desde há sete anos que todos os aniversários dos meus filhos são exclusivos vegan. Os natais são mais inclusivos e por isso há opções vegan e não vegan. A minha mãe passou a fazer uma versão do arroz doce com bebida vegetal e fico muito agradecida por esse apoio. A minha filha de cinco anos não quer mesmo comer, nem peixe, mas o de sete anos por vezes come. Carne é que nunca comeram.


É fácil convencer a família alargada a deixar os pratos mais convencionais, com proteína animal, típicos desta época?

As pessoas que realmente nos querem na sua vida não veem problema, até aproveitam para experimentar coisas diferentes. E com isso ajudar o planeta. Pois precisamos todos reduzir o consumo de carne e peixe para a sustentabilidade do planeta. Sendo os amigos a família que escolhemos, tem corrido bem.


Como refutas o argumento que defende que fazer uma alimentação vegetariana tem um maior peso na carteira?

Comida cara, em qualquer alimentação, é comida que se abre em vez de descascar. Cara para o nosso bolso e para o nosso planeta. Comida de pobre sempre foi arroz e feijão – e podemos ir buscar o exemplo ao Brasil, onde é tão comum por laranja no prato (vitamima C), já que a absorção do ferro é feita com maior eficiência. Se voltarmos a demolhar as leguminosas como faziam as nossas avós e bisavós, a refeição não só não fica cara no supermercado, como ajuda a nossa saúde e planeta.

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