Está de regresso ao Largo de São Carlos, entre os dias 6 e 27 de julho, o Millennium Festival ao Largo. A 15.ª edição do Festival apresenta este ano uma programação mais ampla, que se estende ao longo de todo o mês, com 14 momentos de apresentação ao vivo. Mantém-se presente o cruzamento entre as diversas áreas artísticas, em especial no encontro da dança e da música com o público, que poderá assim desfrutar das noites de verão lisboetas através de propostas culturais que prometem ficar na memória.
A direção artística do festival, assinada por Elisabete Matos (Diretora Artística do Teatro Nacional de São Carlos), Carlos Prado (Diretor Artístico da Companhia Nacional de Bailado) e por Rui Lopes Graça (Coordenador dos Estúdios Victor Córdon), reflete a pluralidade das propostas que são, como é habitual, gratuitas e acessíveis a todos os públicos. Cabe à Companhia Nacional de Bailado (CNB) a abertura do Millennium Festival ao Largo 2023. Ao longo de três noites, a dança toma conta do palco, com a apresentação de um programa, composto por duas peças contemporâneas que marcam simbolicamente o fim da presente temporada da companhia. O programa arranca com Symphony of Sorrows, do Miguel Ramalho, coreógrafo e primeiro bailarino da CNB, seguida de Cantata, do italiano Mauro Bigonzetti, criação que reflete tradições populares e musicais italianas, numa espécie de festa comunitária, onde a música é o elemento inspirador, que contagia bailarinos e público.
O festival prossegue a 11 de julho, com a primeira apresentação ao vivo do projeto educativo “LABoratório ÓPERA 1 – Uma experiência em São Carlos”, que ofereceu a oportunidade a jovens músicos e cantores de terem um workshop com os maestros titulares da Orquestra Sinfónica Portuguesa e do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, e com a soprano Elisabete Matos. O resultado deste processo culmina num concerto com um repertório amplo, que vai dos temas mais clássicos da música barroca até às composições mais conhecidas e eternizadas do universo cinematográfico.
No dia seguinte, a 12 de julho, segue-se a apresentação do projeto Lisbon-Kabul: Music Itineraries of Wonder, composto por jovens músicos afegãos com grupo de câmara Ensemble Darcos, desenvolvido em parceria com o Afghanistan National Institute of Music (ANIMP) que, desde 2008, se tem notabilizado por um trabalho contínuo na salvaguarda e transmissão do património musical afegão. Por entre o tanger de rubabs, domburas e ghijaks (instrumentos de corda afegãos) serão interpretadas várias canções tradicionais afegãs, bem como vários fados bem conhecidos do público português.
Ainda no domínio da música, nos dias 14 e 15 de julho, sobe ao palco a Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida pelo maestro Antonio Pirolli, juntamente com o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, com um concerto dedicado à obra do célebre compositor norte-americano George Gershwin. A mesma orquestra regressa nos dias 21 e 22 de julho, para aquele que será um dos momentos mais marcantes desta edição do Millennium Festival ao Largo, com um concerto comemorativo dos seus 30 anos de existência. O programa, onde se irão escutar “Ode para Orquestra”, de Lukas Foss, “Rapsódia sobre um tema de Paganini, Op. 43”, de Sergei Rachmaninov e a “Sinfonia n.º 1 em Dó menor, Op. 68”, de Johannes Brahms é precisamente o mesmo da primeira apresentação da orquestra, em 5 de fevereiro de 1993, no Cinema Tivoli, e promete relembrar o notável percurso desta formação musical, que se tem destacado em termos nacionais e internacionais.