Olham o outro nos olhos
Se lhe perguntarem: “Então, tudo bem?”, isso é apenas uma frase que se diz para dizer alguma coisa.
Não é um convite para contar todas as suas desgraças desde que a sua mãezinha tinha seis anos.
Não olhe fixamente para a parede como se estivesse num museu, não cole os olhos no chão e não passe o tempo a fingir que procura as chaves dentro da mala. Olhe nos olhos da pessoa, mesmo que ela não seja o Brad Pitt.
Vá sorrindo, mesmo que não esteja nos seus melhores dias. Sempre aproveita para treinar alguns preciosos músculos do seu corpo. E lembre-se: maior virtude que a sinceridade é a sensibilidade. Pense antes de falar.
Nunca deixam alguém de fora
Encontrou um amigo com alguém que você não conhece? Cumprimente os dois. Se a pessoa for simpática e entrar na conversa, pode dar mais um bocadinho de troco (mas não fique três horas especada no passeio apoiada no semáforo a contar-lhes a sua vidinha). Se vir que não há muito clima, siga o seu caminho.
Se viu um amigo na esplanada ou a almoçar, cumprimente, mas não se abanque logo à mesa. Se o amigo estiver interessado, ele mesmo irá convidá-la. Claro, evite ficar horas à conversa enquanto o outro infeliz está a tentar comer o caldo verde e a olhar para si ao mesmo tempo.
Nunca, nunca, nunca deixe outra pessoa de lado numa conversa.
Escusa de lhe piscar o olho e dar cotoveladas, às vezes basta ir sorrindo para o lado dela.
Agora imagine que é você a deixada de lado. Se vir que a conversa é rapidinha, deixe andar. Se a coisa se arrasta e você começa a sentir-se um poste, uma árvore ou um sinal de trânsito, tente participar. O mais corajoso é dizer qualquer coisa original.
Pode ter dois pares de olhos pregados em si, mas pelo menos descobriram que você existe. Se não lhe ocorrer nada original, tente puxar conversa menos original mesmo. Se continuarem sem lhe dar troco, afaste-se ou ligue para alguém no telemóvel. Definitivamente, não a merecem.
Interessam-se pelos outros
Evite falar de si, de si e de si. Os conversadores mais inteligentes são os que se interessam pelos outros também. Se não se lembrar de nada para dizer, não entre em pânico. Falta de assunto acontece a toda a gente a qualquer hora. Os básicos nunca falham: o tempo é um lugar-comum mas é um excelente começo. Não deixe a conversa cair, investigue interesses comuns, pessoas que ambos conheçam, as séries que vêem, o sítio onde foram de férias, os animais que têm em casa, e em desespero o signo a que pertencem. Mas não desate a fazer perguntas indiscretas, tipo: “Ainda não têm filhos? Porquê?”
Não está mesmo inspirada? Então, olhe: ponha um ar inteligente, sorria e vá dizendo que sim nos sítios certos. Pode não se tornar a rainha da conversa, mas pelo menos não faz figuras tristes, como diziam as nossas avós.Se a melga do outro lado nunca mais se despachar e você tiver um encontro para daí a 5 minutos, explique que precisa mesmo de se ir embora e que depois liga para falarem com mais calma.