Ainda no rescaldo da Black Friday, uma campanha que nasceu nos EUA para facilitar e antecipar as compras de Natal, na altura da Ação de Graças, e que foi entretanto importada para a Europa, analisamos o movimento oposto a este. Chama-se Green Friday e soma cada vez mais adeptos entre as marcas e, sobretudo, entre os consumidores.
Se tivermos em conta os seguintes dados, percebemos a urgência de começarmos a olhar para o consumo e para estes dias de grandes promoções, de uma forma mais consciente. Ora, desde 1996 que a quantidade de roupa comprada por pessoa, na União Europeia, aumentou 40%. As peças vendidas pela indústria da fast fashion usam-se, na sua maioria, menos de cinco vezes e, em média, basta um mês para nos desfazermos delas. Isto demonstra que, quando compramos, não o estamos a fazer por necessidade, mas sim pela vontade de adquirir algo novo, sobretudo quando há a palavra promoção ou saldos associada a essa compra.
Numa tentativa de contrariar estas compras compulsivas, várias marcas têm demonstrado a sua posição em relação às promoções da Black Friday. Em Portugal, uma delas é a Ownever, que decidiu fechar durante 24 horas. Uma das filosofias da marca, mencionada por Eliana Barros, fundadora da Ownever, é de que “não precisas de uma mala nova, provavelmente só faz falta reparar a que tens. Por isso, esta Black Friday, respeitámos os nossos valores e fechámos portas durante 24 horas”.
Em Espanha, a Ecoalf, marca de moda sustentável, também se manteve fiel à sua filosofia, que relembra que não temos um planeta B, e recusou-se fazer promoções. Num apelo oposto ao da Black Friday, reforçaram a necessidade de se comprar menos e melhor.