E quem foram as três musas?
Juliette Gréco, a cantora do existencialismo, representada na passerelle pelos looks negros, cardigans e camisas brancas usadas com gravata.
Catherine Dior, irmã mais nova de Christian Dior, que trabalhou ativamente na Resistência antinazista, foi presa e torturada nos campos de concentração e depois tornou-se florista. Na passerelle de Paris foi homenageada através das estampas florais esbatidas e dos estampados de xadrez.
Édith Piaf, a incível mulher das poderosas performances em palco, esteve representada através das saias rodadas usadas com blazer cintado. No final do desfile ouvia-se a voz da musa a cantar “Je ne regrette rien”.
Com este trio de mulheres inspiradoras, Maria Grazia Chiuri voltou a reformular o conceito de feminilidade, mostrando-nos como se extrai força da fragilidade e simplicidade do precioso.
Esta homenagem aconteceu num cenário assinado pela artista plástica portuguesa Joana Vasconcelos, que criou uma das suas icónicas Valquírias especialmente para o desfile. Joana transformou a memória de Catherine Dior numa Valquíria, feita com tecidos inspirados nos arquivos da casa Dior. Uma divindade nórdica corajosa a dominar o cenário de um desfile em que Maria Grazia voltou a mostrar a feminista que é.