O filme ‘Listen’ teve milhares de espetadores nas salas de cinema e comoveu corações por todo o mundo, com a história de uma família de emigrantes portugueses a quem a Segurança Social inglesa tira os filhos. E graças ao filme, a sua realizadora, Ana Rocha de Sousa, teve finalmente o reconhecimento que merecia: incluindo o Prémio ACTIVA Mulheres Inspiradoras, atribuído a 27 de maio no Teatro Tivoli BBVA, na categoria Artes, com o apoio da Endesa, Filorga, Pantene e Seat.
Ana Rocha de Sousa é licenciada pela Escola de Belas Artes de Lisboa e começou a sua carreira como atriz em séries de televisão. Mais tarde partiu para Londres e tirou um mestrado em realização numa das melhores escolas de cinema do mundo, a London Film School. A sua primeira longa-metragem, ‘Listen’, conquistou seis prémios no Festival de Veneza de 2020, incluindo o prestigiado ‘Leão do Futuro’.
Atribuído todos os anos pela revista ACTIVA, o Prémio Mulheres Inspiradoras nunca foi tão verdadeiro como este ano. Ana Rocha de Sousa estava visivelmente emocionada desde o momento em que subiu ao palco. Depois de agradecer o prémio, partilhou uma memória dolorosa: uma violação acontecida há 26 anos, quando tinha apenas 16. “Um dia, também eu baixei a guarda e não devia”, contou. “Culpei-me. Até porque era tão ingénua, própria da tenra idade, que, mesmo avisada com estranheza do perigo, achei ser impossível. Hoje, falo para meninas, adolescentes, recém-mulheres. O perigo não está apenas nos lugares óbvios. Protejam-se.” Sem revelar o nome do violador, explicou que se sente finalmente livre para partilhar a sua história. “Arrependo-me de muito pouco na vida, mas lamento ter guardado a história que tenho cravada por contar. A ti, menina, mulher, adolescente, eu digo: não tens culpa.”
Os prémios ACTIVA Mulheres Inspiradoras 2020 contaram com o apoio da Endesa, Seat, Pantene e Filorga.