Anna Westerlund – lisboeta de gema apesar do nome que lhe vem da ascendência sueca por parte do pai – é uma das melhores e mais conceituadas ceramistas portuguesas, com peças ao mesmo tempo fortes e delicadas (como ela), cheias de detalhes interessantes (idem) e imediatamente reconhecíveis. É uma artista plástica a sério, mas considera-se uma artesã. E foi a artista escolhida para criar os troféus entregues às vencedoras dos Prémios ACTIVA Mulheres Inspiradoras.
Anna é, ela própria, uma mulher que nos inspira. Foi modelo durante dez anos, viajou muito e estudou Marketing e Publicidade… até descobrir a paixão pela cerâmica que a levou a fazer um curso no Ar.Co (Centro de Arte e Comunicação Visual). Desde então tem participado em diversas exposições e acontecimentos, cá e lá fora, e teve peças suas no MOMA de Nova Iorque. As suas criações podem ser vistas na sua loja online e em algumas concept stores em Portugal e no estrangeiro.
Na esfera pessoal, foi casada com o ator Pedro Lima, de quem tem quatro filhos, entre os 6 e os 18 anos: Emma, Mia, Max e Clara. E até na forma como lidou com a perda do marido soube inspirar-nos…
Ninguém melhor do que ela para criar o troféu para estes Prémios.
“Sinto-me lisonjeada por fazer parte deste momento.”
Qual foi a sua inspiração para estes prémios?
A ideia foi criar quase uma figura feminina, muito estilizada e minimalista. É uma peça em cerâmica, tem-se mantido sempre a mesma cor, com apontamentos decorativos diferentes de ano para ano. Para que, se juntássemos os prémios dos vários anos, tivéssemos um grupo de mulheres, que no fundo é o que estamos a premiar também, a ideia sempre foi um bocadinho essa.
Porque escolheu a cerâmica como meio de expressão para a sua arte?
Acho que tem a ver com a versatilidade. Lembro-me de mim sempre a inventar coisas e a experimentar materiais… E a cerâmica é muito versátil, na lógica de que podemos fazer desde coisas muito práticas e utilitárias, a peças artísticas e completamente o oposto, o material sendo o mesmo. Acho que foi isso que me cativou para a cerâmica, a versatilidade do barro que conseguimos moldar como queremos.
Curiosamente, a versatilidade também é uma das chamadas ‘características femininas’, ninguém se adapta tão bem às circunstâncias como as mulheres. E o barro, pelos vistos…
Sem dúvida (risos). É bem verdade.
Quem são as mulheres que a inspiram?
Acho que as que me inspiram mais são as que me estão próximas: as minhas filhas, as minhas amigas. Claro que tenho admiração, por exemplo em termos profissionais, por mulheres que não conheço, mas confesso que é uma inspiração diferente. Sou mais verdadeiramente inspirada por pessoas que me estão próximas.
E a Anna, com a forma como enfrentou e superou momentos tão difíceis na sua vida, acha-se uma mulher inspiradora?
Não vou ter falsa modéstia e dizer que não. Acho que poderei ser, sim. Espero que sim (risos), porque assim como eu, nas alturas complexas, também procurei ler e saber de caminhos e exemplos de outra mulheres, gosto de pensar que também poderei ser um bocadinho esse exemplo de alguma forma.
Os Prémios ACTIVA Mulheres Inspiradoras 2022 contam com o patrocínio fundamental de Endesa, Lierac e C&A.