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Embora seja aconselhado que mulheres grávidas não bebam álcool durante a gestação, especialistas estimam que entre 2 a 5% das crianças em idade escolar desenvolvem alguma inaptidão pelo facto de este conselho ser ignorado. Isto porque, mesmo que a exposição fetal ao álcool seja mínima, os efeitos podem vir a ser graves.
Agora, uma nova investigação da Jack, Joseph and Morton Mandel School of Applied Social Sciences descobriu que o primeiro cocó do bebé pode mostrar se a mãe ingeriu bebidas alcoólicas ou não, o que, por sua vez, leva a que os cuidados sejam mais personalizados. Caso sejam identificados elevados níveis de ésteres etílicos de ácidos gordos neste primeiro cocó da criança, é sinal de consumo de álccol pela mãe.
Esta informação permitirá aos médicos perceber se o recém-nascido está em risco de vir a sofrer de problemas cognitivos e agir de acordo com tal. No estudo, foram observados os cocós de 216 bebés e, anos mais tarde, nas idades de 9, 11 e 15, foram realizados testes de inteligência, Aqueles que tinham revelado maiores níveis de ésteres etílicos de ácidos gordos, tiveram resultados mais fracos. E os problemas de desenvolvimento, inteligência e raciocínio podem prolongar-se até à adolescência.
Fraca memória e compreensão verbal reduzida são algumas das consequências para a criança, pelo que este estudo vem permitir que se intervenha numa fase inicial, como medida de prevenção. “No nosso laboratório, encontrámos efeitos nos neurónios com conventrações tão baixas quanto aquelas no sangue de uma mulher após beber 1/3 de uma bebida“, revelou a autora sénior da investoação, Cynthia F. Bearer, provando que mesmo uma mínima quantidade de álcool pode ter consequências.
“Não foi provado haver uma quantidade de álcool ‘segura’ na gravidez“, afirma outro dos autores, Meeyoung O. Min. E como cada pessoa processa o álcool de forma diferente, os efeitos diferem de mulher para mulher, mesmo que tenham ingerido as mesmas quantidades. “Tendo em conta que não há qualquer benefício em beber durante a gravidez, para quê arriscar?“, acrescenta Bearer, que aconselha ainda que sejam evitados os elixires de limpeza de boca (entre outros produtos) que contenham etanol.