Foi no passado mês de junho que começou a surgir o interesse nos potenciais efeitos do elixir oral sobre o SARS-CoV-2. Isto porque uma pesquisa colocou a hipótese de estes produtos poderem danificar a camada exterior do vírus, tal como acontece com outros, além do que provoca a covid-19.
Agora, um novo estudo que ainda será sujeito a revisão, analisa, precisamente, o efeito dos elixires no SARS-CoV-2. Investigadores da Cardiff University, no Reino Unido, descobriram evidências de que, pelo menos, três tipos de elixir bocal têm a capacidade de eliminar o vírus em cerca de 30 segundos.
Ora, foram analisados sete elixires diferentes, mas apenas três mostraram bastante eficácia, no curto período de tempo referido: o Dentyl Dual Action, o Dentyl Fresh Protect – que contêm cloreto de cetilpiridínio – e o Listerine Advanced Gum Treatment – que contém arginato de etil-lauroílo.
Importa referir que, apesar de promissores, estes resultados foram apenas obtidos em laboratório e ainda não foi testada a eficácia em humanos. “Algumas marcas de elixir bocal podem eliminar certos micróbios na saliva, na boca, por alguns minutos. Porém, isto não significa que podem proteger-nos contra uma infeção“, alerta a Organização Mundial de Saúde.
De acordo com a revista Health, vários especialistas concordam com esta premissa. “O vírus pode entrar pelos olhos e pela cavidade nasal também. Assim que entra nas células, como é que o elixir poderia ser eficaz? Isso permanece incerto“, afirma Thomas Russo, especialista em doenças infecciosas.
Além disso, como poderíamos tornar o uso destes produtos funcional? Quantas vezes ao dia teríamos de o utilizar? Apesar de haver ainda muitas questões sem resposta, Russo acredita que são descobertas que merecem ter a devida atenção e continuidade. “Precisaria de ser estudado em estudos controlados para perceber se, por exemplo, pessoas que usam elixir regularmente têm menos chances de ficar infetadas”, remata.