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A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica de reprodução assistida que permite que muitos casais realizem o sonho de ter filhos, quando enfrentam dificuldades em conceber naturalmente. O fator idade desempenha um papel fundamental no sucesso do tratamento, sendo que existem limitações e considerações importantes neste campo.
As mulheres nascem com um número finito de óvulos e, à medida que envelhecem, a qualidade e a quantidade desses óvulos diminuem. Isso significa que, com o passar do tempo, as hipóteses de engravidar naturalmente e por meio da FIV diminuem significativamente.
“O ideal é que a fertilização in vitro seja feita em mulheres até aos 50 anos, mas não há uma proibição acima dos 50 anos”, explica Rodrigo Rosa, ginecologista e obstetra, à revista “Boa Forma”. “A única condição é que devem ter uma avaliação médica que comprove não haver um grande risco na gestação”.
De sublinhar que existem vários elementos que influenciam a idade máxima para o processo, nomeadamente:
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Qualidade dos óvulos: à medida que as mulheres envelhecem, os óvulos tendem a apresentar mais anormalidades genéticas, o que pode levar a taxas mais baixas de implantação bem-sucedida e taxas mais altas de aborto espontâneo;
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Reserva ovariana: o termo refere-se à quantidade de óvulos disponíveis nos ovários. Com o envelhecimento, esta diminui, limitando a capacidade de responder à estimulação ovariana durante o tratamento;
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Saúde geral: problemas de saúde crónicos, como diabetes e obesidade, podem afetar negativamente as hipóteses de sucesso da FIV em qualquer idade.
A determinação da idade máxima para a FIV é uma questão complexa e ética. Não existe um consenso universal sobre qual é a idade máxima aceitável, e as diretrizes podem variar conforme o país e a clínica de fertilização. Alguns argumentam que limitar a idade pode ser discriminatório e que a decisão deve ser baseada em avaliações médicas individuais.
No entanto, é importante considerar o bem-estar da mãe e do futuro filho. A gestação em idades avançadas está associada a um maior risco de complicações médicas, como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional, além de riscos para a saúde do bebé, como anomalias genéticas.
“Na grande maioria dos casos, a partir dos 44 anos, o tratamento indicado é através da doação de óvulos. Então, mesmo as mulheres com ou acima dos 50 podem fazer o tratamento de fertilização in vitro, mas com a ovodoação”, conclui o Dr. Rodrigo Rosa.