As perguntas a que deve saber responder antes de pedir um empréstimo para uma casa nova.
Avançar para um simulador de crédito habitação sem perceber nada da matéria é a receita ideal para perder o dobro do tempo e acabar com uma mão cheia de informação que não percebe. Assim vai ser difícil tomar uma boa decisão… Mas não desespere, porque vamos ajudá-la a tornar-se numa craque em crédito habitação e a saber a resposta para algumas questões-chave no processo de compra de casa.
Qual o valor ideal de spread?
Começamos pela questão que interessa verdadeiramente, certo? Bom, não é bem assim. Uma das ideias feitas sobre o crédito habitação é que quanto menor for o spread, menores os custos com o empréstimo, o que não é necessariamente verdade, porque o spread é apenas um custo entre muitos outros. Portanto, não se limite a olhar para o spread, olhe para outros indicadores como a TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global) e o MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor), porque lhe permitem ter uma noção do peso dos encargos no seu empréstimo e do valor total que irá pagar.
Tenho mesmo de abrir conta no banco que me vai dar o empréstimo?
Não necessariamente. Depende de onde vai escolher fazer o seu crédito habitação. Na maioria dos bancos esta é uma condição incontornável, mas a boa notícia é que há entidades que não fazem este tipo de exigências, portanto tem de avaliar se vale a pena o incómodo (abertura de conta, alteração dos débitos diretos, fazer novos cartões, alterar o MB Way,…) ou não.
Que duração deve ser o meu crédito habitação?
A lógica que muitas pessoas seguem é “prazo maior de crédito habitação = prestações mensais mais baixas”. Esquecem-se é do terceiro elemento da equação, que é “mais encargos com juros”. Ou seja, um prazo maior significa que irá pagar juros durante mais tempo, logo, embora a prestação mensal reduza, vai pagar mais pelo empréstimo.
Uma boa referência para os prazos podem ser as recomendações do Banco de Portugal, que em termos de prazo, para garantir níveis de risco mais baixos, apontam para que os novos empréstimos não excedam o prazo dos 40 anos, e para que haja uma convergência para uma maturidade média de 30 anos até 2022.
Quanto tenho de dar de entrada para comprar uma casa?
A resposta é fácil: 10%. É o que o Banco de Portugal defende, nas suas recomendações macroprudenciais, em que aponta 90% como o limite máximo do LTV (loan-to-value), ou seja, o valor do empréstimo só pode representar até 90% do valor da casa que vai ser adquirida (alguns bancos tomam por base o valor de compra, outros o valor da avaliação e noutros casos é considerado o mais baixo dos dois valores). Portanto, cerca de 10% é o valor que terá de dar como entrada, mas se puder dar mais deve fazê-lo? Claro que sim, porque quanto maior for o valor com que vai entrar no negócio, melhores serão as condições que vai conseguir negociar e menores serão os custos totais do empréstimo.
O que é importante ter sempre em mente ao tratar do crédito habitação?
O melhor conselho que lhe podemos dar é: há muitos mitos sobre o crédito habitação, que podem condicionar a forma como vai olhar para os dados que vai obter nos simuladores de crédito habitação por isso confirme as informações que lhe dão com fontes fidedignas e torne-se numa verdadeira craque em crédito habitação.