O oncologista José Manuel Silva explica-nos:
– “Se o cancro ou o tratamento não inviabilizaram os órgãos reprodutores é possível engravidar, mas o ideal é esperar cinco anos depois de se ter sido submetida a um tratamento. Este prazo prende-se com a necessidade de descartar recidivas”.
-No caso de cancro da mama “à partida não se deveria voltar engravidar, porque a gravidez altera o equilíbrio hormonal do organismo e o cancro da mama é hormonodependente havendo um risco acrescido de recidiva, mas é natural que mulheres novas que nunca tiveram filhos o queiram fazer. Também dependerá do tipo de tumor que pode ou não ter receptores de estrogéneos e neste caso o risco ser maior.
– Para haver uma recuperação do organismo seria conveniente esperar pelo menos dois anos, já que a gravidez é muito exigente para o corpo que está debilitado após os tratamentos. Mas ainda que ocorresse antes, não haveria perigo para o bebé.
– O tempo que as substâncias usadas na quimioterapia permanecem no corpo varia, mas de forma geral as usadas actualmente são eliminadas do organismo rapidamente e não afectam um feto concebido posteriormente.
– A radioterapia localizada não tem efeitos que se prolonguem no organismo e possam prejudicar o feto.
– Se for detectado um cancro a uma mulher grávida, a gravidez deverá ser interrompida para efectuar o tratamento. A alternativa é aguardar pelo fim da gravidez para iniciá-lo.
– No caso de cirurgia à mama e quimioterapia é possível amamentar, embora não seja muito aconselhável estimular a mama afectada por risco de recidiva. O mesmo no caso de radioterapia (que se faz em tumores pequenos quando não se remove a mama ou em recidivas).