Na ânsia, aliás justificada, de nos protegermos do
cancro da pele e do envelhecimento precoce, esquecemo-nos muitas
vezes de que o nosso corpo precisa de sol para fabricar uma
substância sem a qual não conseguiríamos manter-nos de pé: a
vitamina D.
Simultaneamente vitamina (porque ajuda o organismo a
absorver e fixar o cálcio) e hormona (porque é produzida pelo corpo
como resposta à exposição solar), ela é sintetizada no interior da
pele a partir de um derivado de colesterol, por ação direta dos
raios UVB.
Podemos obtê-la também através da alimentação (mas
tirando os peixes gordos e o famoso óleo de fígado de bacalhau, não
há muitos alimentos que a contenham) ou em suplementos vitamínicos.
Mas idealmente dois terços da nossa dose diária desta vitamina
deveria ser fabricada pelo próprio corpo. Com a sua capacidade de
transportar o cálcio até onde ele é preciso, ela é fundamental para
manter os ossos saudáveis, evitar o raquitismo nas crianças e
ajudar a prevenir a osteoporose e artrite. Mas esse não é o seu
único papel.
As investigações mais recentes indiciam que a
deficiência nesta vitamina pode aumentar o risco, não só de
problemas ósseos, mas também de doenças cardíacas e infecciosas,
diabetes de tipo 1, alguns cancros, esclerose múltipla e até a
gripe. Hoje sabe-se que todos os órgãos do nosso corpo têm
recetores de vitamina D – o que leva a crer que ela é necessária em
todo o lado.
Sendo gerada pelo sol, seria de imaginar que a temos
com fartura, mas não: atualmente andamos menos expostos ao sol,
quando nos expomos usamos protetores solares que bloqueiam grande
parte dos UVB, e o sol não incide com força suficiente nas
latitudes a norte do Equador, sobretudo de Outubro a Abril, o que
faz com que sete em cada dez europeus tenham falta de vitamina D. E
os portugueses não são exceção. Mas o remédio é simples: basta
expor os braços e pernas ao sol, sem protetor, durante 15 minutos
por dia (mas, atenção, só 15 minutos, o resto do tempo deve
continuar a proteger-se com um SPF adequado ao seu fotótipo! Não vá
arranjar um problema para resolver outro!). Aproveite o verão para
fazer o pleno desta vitamina. E quando chegar o outono, pode seguir
o conselho do Dr. Oz e recorrer a um suplemento de vitamina D3 (a
forma mais parecida com a que o nosso corpo fabrica) na dose diária
de 400 UI até aos 60 anos e 600 UI a partir dessa idade.
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