Se ainda tem a ideia de que os ‘viciados’ na internet são pessoas dependentes de tabaco, sedentárias e que passam a maioria do tempo a comer bolachas em frente a um ecrã, essa ideia é incorreta. Pelo menos são estas as conclusões de um estudo inglês agora revelado.
Os pesquisadores descobriram que 72.9% dos utilizadores frequentes da internet fizeram o rastreio de cancro colo-rectal, contra 51,7% de rastreios de pessoas que não utilizam a internet, segundo o estudo publicado na Cancer Epidemiology, Biomarkers and Prevention. A prevenção é essencial neste tipo de cancros. A Associação Americana de Cancro relata que os exames de cancro colo-rectal podem reduzir a incidência da doença em cerca de um terço.
Para a realização desta pesquisa foram utilizados dados do Estudo Longitudinal Inglês sobre Envelhecimento, que incluiu dados de 5943 participantes com mais de 50 anos. Os entrevistados indicaram hábitos do seu estilo de vida, como o uso da internet, exames de saúde, tabagismo e atividade física.
Na alimentação, os números revelam que quem usa mais a internet é 25% mais propenso a comer, pelo menos, cinco porções de frutas e vegetais por dia do que os não utilizadores. Em relação ao desporto, os internautas mais ávidos também são 50% mais ativos.
Além disso, 6,6% dos utilizadores declararam fumar, enquanto a percentagem nos utilizadores ocasionais é superior, 11.4%. Para quem dispensa totalmente a internet os números sobem para 13.3%.
“O aspecto interessante é que existe uma relação entre o uso da internet e os comportamentos preventivos em relação ao cancro, dado que os utilizadores frequentes mostraram mais comportamentos preventivos do que os utilizadores ocasionais”, afirmou o pesquisador Christian von Wagner.
Outro estudo vem mostrar que a saúde é um dos assuntos mais procurados na internet: mais de 63% das pessoas já pesquisaram informações sobre saúde online.