Chocolate
Os namorados que se cuidem, porque há quem jure que um bombom tem o mesmo poder de um beijo apaixonado… Enfim, o que se sabe é que, ao contrário de muitos homens, o chocolate é uma bomba de virtudes. Estamos perante um verdadeiro analgésico natural: a teobromina melhora a actividade muscular, a cafeína tem uma acção estimulante, a serotonina reduz a ansiedade. Estudos sobre arterioesclerose também mostram que o chocolate tem um papel importante na protecção das artérias. Problema: também é o que tem mais calorias, por isso não convém andar a engolir chocolate quente às litradas. Até porque pode ser viciante…
A maioria dos estudos é patrocinada por marcas de chocolate, que obviamente têm todo o interesse em vender mais. De qualquer maneira, parece inegável que a grande vantagem do chocolate são os antioxidantes, com o chocolate preto a ganhar a corrida com o dobro do chocolate de leite. Um chocolate de leite de 40g tem 400mg de antioxidantes, o mesmo que um copo de vinho. Quando o chocolate de leite em pó é diluído em leite ou água, fica com o equivalente a metade do chocolate de leite em tablete, mas também é verdade que tem menos gordura. As proteínas do leite interagem directamente com os antioxidantes do chocolate e limitam a sua absorção, por isso tente não misturar chocolate com leite.
Portanto, conclusão: chocolate sim, mas preto e pouco – dois quadradinhos por dia, aconselham os médicos, ou uma chávena pequena do cacau mais puro que conseguir encontrar, quente e sem leite. E cuidado com a diferença entre cacau e chocolate: o segundo está geralmente cheio de açúcar e gordura, que, eles sim, são maus para si.
Chá – o protetor das células
em tantos benefícios e tão poucas desvantagens que está a ganhar terreno ao café. O problema é que pomos tudo no mesmo saco: verde, preto, amarelo ou de ervas, é tudo chá… Afinal, quais são as diferenças?
O chá que vem da mesma planta é o preto (todas as variedades), verde e branco. O resto são tisanas (camomila, tília…), e não têm os mesmos benefícios em termos de protecção e antioxidação.
A diferença entre preto e verde vem da fermentação. Ambos são feitos de folhas secas, mas o chá preto é fermentado e o chá verde não é fermentado. O teor de cafeína é correspondente: o chá preto tem mais (ainda assim, tem um terço menos do que o café), e o verde menos (embora não seja descafeinado…).
O chá branco é constituído por folhas jovens que não sofreram fermentação, e há quem defenda que é o mais poderoso de todos os chás, mais rico em polifenóis (antioxidantes). Todos os tipos de chá têm antioxidantes (diferentes dos do café) que protegem o organismo dos radicais-livres, principalmente o chá verde e branco. Também tem aminoácidos e minerais (especialmente flúor, o que explica que também seja bom para os dentes), e o chá verde tem dez vezes mais vitamina C.
Teoricamente, o chá seria um aliado na prevenção anticancro, porque os polifenóis inibiriam as reacções de oxidação que estão na origem das lesões do ADN. Mas embora os estudos com animais pareçam ir nesse sentido, ainda se está no princípio da investigação, e é muito cedo para conclusões definitivas.
No entanto, a verdade é que todos os estudos indicam vantagens para saúde, principalmente para quem é fumador, visto que o chá ajuda a eliminar nicotina e outros químicos prejudiciais. Mas mesmo aos ‘viciados’ aconselha-se a que não façam o chá muito forte: o tanino, um tipo de ácido, pode irritar o sistema digestivo.
E se tem dificuldade em pregar olho de noite, saiba que o chá não é assim tão culpado nas nossas insónias: a cafeína demora apenas três horas a ser eliminada do organismo. Mas se for muito sensível, em vez de descafeinado, prefira chá verde, que tem menos cafeína que o preto, chá branco, que tem ainda menos, chás de ervas, ou rooibos, que não têm cafeína nenhuma.
Café – elixir da juventude
É a terceira bebida mais consumida do mundo (a seguir à água e ao chá) e nós portugueses bem fazemos a nossa parte para que isso seja verdade. Claro que, como bons católicos, a culpa nunca anda muito longe: quem é que nunca ouviu (dentro ou fora da sua própria cabeça) “ai devias beber menos café”?
Pois anime-se: se não abusar (por abusar entende-se mais de cinco cafés por dia), o café pode ser um dos seus melhores amigos. Que nos melhorava a concentração e a atenção, já sabíamos por experiência própria, devido à cafeína. Mas o café também nos protege: está cheio de polifenóis, antioxidantes que lutam contra a ‘ferrugem’ do organismo e nos mantêm jovens, as mesmas substâncias que há na fruta ou no vinho. Aliás, a grande maioria dos americanos (e sabe-se lá se também dos portugueses) vai buscar a sua dose de antioxidantes precisamente ao café (não que eles saibam, claro). Já agora, são os polifenóis os responsáveis pelo sabor amargo do café, não a cafeína…
Quem sofre do coração, ao contrário do que se dizia há uns anos, também parece estar a salvo: em doses sensatas, o café age mais como um protector do coração do que um agressor, e também há estudos que indicam que protege do Alzheimer.
Claro que, como tudo no mundo, também há o outro lado: quem sofre de problemas gastrointestinais, osteoporose ou problemas de dentes deve ir com calma. Estamos perante uma bebida ácida: quem já bebeu um café em jejum sabe do que falo. Quando a boca se torna demasiado ácida, o cálcio e o fosfato são retirados aos dentes, fragilizando-os. O organismo consegue colmatar isto, mas se estivermos constantemente a pôr ácido na boca, fica insustentável…
Outro perigo é a desidratação, que pode diminuir a capacidade para o corpo absorver cálcio e vitamina D, tão importantes para os ossos. Ah, e claro: não deve usar o café como estimulante para passar o dia a 200 à hora e ser o último todos os dias a deixar o Farmville.