1. Um cheiro estranho.
Um odor ligeiro é sempre normal e pode variar ao longo do ciclo menstrual. O suor e as relações sexuais também o alteram. Mas para essas variações estamos mais ou menos preparadas. Quando ele começa a ser mais intenso e desagradável pode indicar um problema ginecológico, sobretudo quando associado a outros sintomas, como comichão, ardor, irritação ou corrimento vaginal. Essa é a deixa para visitar o ginecologista com alguma urgência.
Possíveis causas: É um sintoma comum de Tricomoníase, causada pelo parasita unicelular trichomonas vaginalis, e de vaginose bacteriana, causada pela proliferação anormal de vários tipos de bactérias habitualmente presentes na vagina. Também pode dever-se a um tampão que ficou retido ou esquecido. Mais raras são as situações em que pode significar uma fístula entre o reto e a vagina, ou até um tumor cervical ou vaginal.
O que não fazer: Nada de usar desodorizantes ginecológicos (ou outros) nem duches vaginais – alteram o pH e o equilíbrio sensível dessa área – que vão causar ainda mais irritação e agravar os sintomas. Lave apenas com água e sabão, de preferência suave, hipoalergénico e sem cheiro.
2. Corrimento diferente do habitual.
É um dos mecanismos de limpeza e proteção do nosso sistema reprodutor, por isso é normal que ocorra durante o ciclo, com ligeiras variações na cor, cheiro e consistência. Mas se o cheiro for intenso, de cor muito amarelada ou esverdeada e com uma consistência mais grossa, fale com o seu médico.
Possíveis causas: É um daqueles sintomas que pode ter um monte de significados, especialmente quando acompanhado de irritação, ardor, comichão ou sangramentos anormais: clamídia, tricomoníase, vaginite, vaginose bacteriana, infeções sexualmente transmissíveis, papiloma vírus, doença inflamatória pélvica e até de outras mais complicadas. Abstenha-se de relações sexuais entretanto e use preservativo, pelo menos na semana que se segue ao início do tratamento.
3. Sangramentos anormais
Pode dar por ele entre menstruações, pequenas hemorragias de que dá conta quando se limpa. Também pode ser sinal de que algo não está bem se durante a menstruação a hemorragia for muito mais intensa do que o normal.
Possíveis causas: Podem ir de problemas ginecológicos, como clamídia, vaginite, endometriose, quistos nos ovários ou até mau uso do DIU, a problemas mais complexos, como hipo ou hipertiroidismo, desregulação dos níveis hormonais, doença celíaca ou, muito mais raramente, a problemas nos rins e fígado e cancros no aparelho reprodutor.
Visite o médico com urgência se…: Se começou a tomar a pílula há pouco tempo, este tipo de pequenos sangramentos, ou spotting, são mais ou menos comuns nos primeiros meses. Fale com o seu ginecologista se se mantiverem, pois pode ter de reajustar a pílula que lhe foi receitada. Dê especial importância a este sintoma se já tiver passado pela transição da menopausa (12 meses sem período, pelo menos), quer esteja ou não a fazer terapia hormonal. As meninas sem sinais de puberdade ou com menos de oito anos devem ser vistas logo que possível pelo médico.
4. Dor pélvica
Para quem sofre de dores menstruais ela não é novidade, sobretudo nos primeiros dias de menstruação. Mas fora desta fase do ciclo pode manifestar-se de forma mais persistente ou esporádica, ou até durante o sexo.
Possíveis causas: Variam, mas algumas das mais comuns incluem a endometriose, quistos nos ovários, mioma ou doença inflamatória pélvica. Visite o médico com urgência se…: Contacte o seu médico, quer se trate de um sintoma novo ou se estiver a piorar com o tempo e, sobretudo, se interfere com as suas atividades diárias. Uma ecografia pélvica pode ajudar o seu médico a perceber o que se passa.
5. Um alto esquisito
A maior parte das vezes não é nada mais alarmante do que um pelo encravado ou um quisto sebáceo. Mas se persistir ou causar dor fale com o médico pois pode ser sinal de uma infeção.
Quando aparecem sob a forma de pequenos altos vermelhos ou borbulhas, acompanhadas de dor ou comichão genital, que depois rompem e evoluem para úlceras, costuma ser sinal de herpes genital. Grande parte das pessoas é portadora do vírus sem que ele nunca se manifeste. Quando se manifesta, os primeiros episódios podem ser os piores e vir acompanhados de sintomas gripais.
6. Dor ao urinar ou durante o sexo
Dores na vagina ou vulva durante o ato sexual podem ser sinal de uma infeção sexualmente transmissível, por isso, se a dor não passar ao fim de um dia ou dois, consulte o seu médico. Algumas das mais comuns são a infeção por clamídia ou a tricomoníase, sobretudo se vierem com um sintoma extra de corrimento anormal. Se só a sentiu uma ou duas vezes depois de ter relações sexuais, a origem pode ter sido a secura vaginal – um lubrificante revela-se uma boa ajuda.
7. Sente mais secura vaginal
É normal nas mulheres depois da menopausa, quando os níveis hormonais se alteram e a lubrificação vaginal diminui bastante. Mas não é exclusiva desta fase da vida. Alguns medicamentos, como anti-histamínicos ou antidepressivos, podem causá-la. Depois do parto, quando os seus níveis hormonais estão mais desregulados, também pode fazer-se sentir mais. Um lubrificante costuma solucionar, mas se não resolver o seu médico pode indicar-lhe terapias mais eficazes.