Pode parecer politicamente incorreto, mas as rugas discriminam com base na cor da pele. Com o passar do temo, tanto as caucasianas como as negras, as hispânicas e as asiáticas começam a ter marcas de expressão, flacidez e manchas, mas a ritmos e de formas diferentes.
Como é o processo de envelhecimento para cada etnia? Explicamos de seguida:
Mestiças
Em geral, o envelhecimento depende das características proeminentes que herdam, explica Mary Lupo, professora clínica de Dermatologia na Tulane University School of Medicine, em Nova Orleães, à revista Allure. O tom de pele da maioria das mulheres mestiças costuma ser um meio-termo entre os dos pais, portanto é presumível que aconteça o mesmo com a idade da pele. Por exemplo, a filha de uma caucasiana e de um negro (ou vice-versa), muito provavelmente, não terá rugas no início da casa dos 30, a não ser que seja muito, muito clara.
Caucasianas
“Quanto mais clara for a pele, mais sinais de envelhecimento irá denunciar”, afirma Doris Day, professora assistente de Dermatologia no New York University Medical Center. O sol – e a proteção mínima da pele clara – é o principal culpado. Os raios ultravioleta quebram o colagénio, causando rugas que podem começar a aparecer na casa dos 20 ou dos 30 anos.
A pele tenta dar luta, cirando pigmento para se proteger. E é aí que aparecem as manchas. Mas há um lado bom: “Os caucasianos, geralmente, podem apostar em tratamentos mais agressivos, uma vez que não precisam de se preocupar tanto com a hiperpigmentação pós-inflamatória [descoloração que pode surgir após a inflamação e levar semanas a meses para desaparecer]”, acrescenta a especialista.
Hispânicas
Existem latinas muito claras, que envelhecem como as caucasianas, e latinas muito escuras, que envelhecem como as negras. Contudo, “a grande maioria está entre as cores bege e castanha, e mostra sinais de envelhecimento aproximadamente dez anos mais tarde do que as caucasianas”, diz Maritza Perez, diretora de Dermatologia Cosmética no St. Luke’s-Roosevelt Medical Center, em Nova Iorque.
Negras
As mulheres negras têm motivos para sorrir – sem se preocuparem com as linhas de expressão – porque só começam a ver rugas a partir da casa dos 50. “A frase ‘Black don’t crack’ [qualquer coisa como ‘o preto não craquela’, em tradução livre] é verdadeira. Quanto mais pigmento há, menos rugas têm”, explica Fran Cook-Bolden, professora clínica assistente de Dermatologia no Beth Israel Medical Center, em Nova Iorque. Graças à melanina extra, que garante uma proteção natural, “as mulheres negras começam a ter rugas muito, muito mais tarde do que as caucasianas”, acrescenta. E com “muito mais tarde”, sublinhe-se, Cook-Bolden quer dizer uns 20 anos depois.
Médio-orientais / Sul-asiáticas
Graças ao pigmento extra da pele, as rugas e linhas de expressão só aparecem na casa dos 40/50 ou até mesmo mais tarde. “Algumas destas mulheres nunca desenvolvem rugas permanentes”, afirma Hema Sundaram, uma dermatologista americana que exerce em Rockville, Maryland, e em Fairfax, na Virginia. Porém, têm grandes probabilidades de virem a ter manchas escuras por exposição cumulativa ao sol, alterações hormonais ou irritação da pele. Condições que podem (e devem) ser prevenidas desde cedo.
Naturais do Leste/Sudeste Asiático
A pele asiática é mais espessa e é composta por mais fibras de colagénio e elastina do que a pele caucasiana, então enruga menos e tem menos flacidez. “Com uma pele que possui mais melanócitos do que outras, é uma característica comum entre muitas pessoas desta etnia desejar uma pele radiante, luminosa e mais clara”, partilha Jessie Cheung, professora de Dermatologia e codiretora de Dermatologia Cosmética no Rush University Medical Center, em Chicago.
Embora ter mais melanina na pele aumente a proteção contra os danos causados pelo sol, este também é um fator que pode levar ao aparecimento de manchas escuras, incluindo melasma, bem como a um tom de pele irregular. Este é mais um caso em que a prevenção é o melhor remédio.