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Todos os anos são lançadas dezenas de novas fragrâncias que competem entre si pela atenção do nosso nariz… e do nosso coração. Muitas são edições limitadas, ou declinações de perfumes que tiveram sucesso, e seguem as tendências da perfumaria do momento: o que infelizmente não as torna particularmente memoráveis ou originais, mesmo que sejam agradáveis de usar.
Se gosta de ser diferente e não quer que a sua aura olfativa seja igual à das suas amigas, é tempo de descobrir os grandes clássicos da perfumaria que souberam atravessar as décadas (e mesmo os séculos, nalguns casos) sem perder a sua originalidade e poder de sedução.
Como tudo o que é verdadeiramente original, muitos destes perfumes não são consensuais: ou se adoram ou se detestam. Mas é garantido que não deixam ninguém indiferente e, quando os usamos, marcam a memória das pessoas com quem nos cruzamos como parte da nossa identidade e personalidade.

Angel, de Thierry Mugler

Lançado em 1992, Angel foi o primeiro perfume lançado por Thierry Mugler, um costureiro francês que marcou a moda da época com as suas criações dignas de super heroínas de BD. Criado pelo perfumista Olivier Crespi e Yves de Chiris, foi a fragrância que lançou a categoria olfativa dos perfumes ‘gourmand’ (gulosos) com as suas notas de chocolate e caramelo (inspiradas pelas memórias de infância de Mugler) combinadas com uma overdose de patchouli. Imediatamente reconhecível, não é um perfume para mulheres tímidas, até porque deixa um rasto no ar por onde passa, mas se gosta de se sentir poderosa, este pode ser o seu perfume.

Aromatics Elixir, de Clinique

Lançado em 1971, Aromatics Elixir, de Clinique, é um dos perfumes mais reconhecíveis no mundo, completamente diferente de qualquer outro: o que é particularmente interessante se pensarmos que a Clinique é uma marca que não inclui fragrâncias nos seus produtos de cuidado da pele… Criado pelo perfumista Bernard Chant, este chypre-floral é um cocktail inesperado de notas aromáticas (como sálvia, camomila e verbena) e flores (entre as quais rosa, cravo e jasmim) sobre um fundo onde se destaca o musgo de carvalho. É um perfume potente, por isso em vez de o aplicar na pele, vaporize-o para o ar à sua frente e depois dê um passo para que a nuvem olfativa a envolva e se fixe em si.

Colonia, de Acqua di Parma

Férias num iate ao largo de Portofino, fins de semana num casarão de uma família aristocrática, a simplicidade de uma camisa branca de linho, a sensação de frescura de um duche acabado de tomar… A Colonia de Acqua di Parma evoca tudo isso e desde que foi lançada, em 1916, é o perfume de eleição de homens e mulheres para quem o luxo e a elegância passam pela discrição. Nesta água de colónia cítrica encontramos notas refrescantes de citrinos da Sicília, alfazema, rosmaninho, verbena, rosa da Bulgária, sândalo, vetiver, cedro e ylang-ylang. Uma fragrância que continua moderníssima e é tão luminosa como o icónico amarelo da sua embalagem.

Diorella, de Dior

O grande perfumista Edmond Roudnitska é o ‘pai’ deste floral fresco e cítrico, que não perdeu modernidade desde que foi criado em 1972. Diorella, de Dior, é uma lufada de ar fresco onde rodopiam notas de limão siciliano, mangericão, flores de madressilva, jasmim e vetiver Bourbon (uma nota geralmente usada em perfumes masculinos que nesta fragrância fez uma das sua primeiras aparições no universo feminino). É o espírito de caminhar descalça na relva com um vestido esvoaçante, em forma de perfume.

Eau de Campagne, de Sisley

“Antes de mais, uma forma de ser” – dizia, em 1977, o anúncio do lançamento da Eau de Campagne, da Sisley, onde em vez de imagens de modelos se viam fotos da família aristocrática d’Ornano (fundadora da marca) na sua casa de campo. O perfumista Jean-Claude Elena foi o criador desta fragrância chypre cítrica ‘no gender’, altamente revigorante, que combina notas de limão, gerânio, jasmim e lírio do vale com uma nota inesperada de folha de tomate que torna este perfume original e imediatamente reconhecível.

L’Air du Temps, de Nina Ricci

Considerado um dos cinco melhores perfumes de todos os tempos, L’Air du Temps, de Nina Ricci, lançado em 1948, é um ícone em vários aspetos: desde a fragrância, um floral delicado, mas cheio de personalidade, criado pelo perfumista Francis Fabron, ao frasco com as duas pombas na tampa, símbolo da paz reencontrada depois da Segunda Guerra Mundial. Com uma construção olfativa irreprensível, é um must have na coleção de qualquer amante de perfumes que se preze.

L’Eau d’Issey, de Issey Miyake

Para o criador de moda Issey Miyake, reconhecido pelas suas criações minimalistas e esculturais influenciadas pela estética e cultura japonesas, a fragrância mais bela do mundo era “o aroma de uma mulher a aspergir com água o seu corpo lavado”, e foi esse o mote que deu ao perfumista Jacques Cavallier para a criação do seu primeiro perfume. L’Eau d’Issey  foi lançado em 1992 e tornou-se rapidamente um ícon entre os perfumes aquáticos-ozónicos que marcaram os anos 90 do século passado, usando como nenhum outro a nota sintética Calone que caracteriza esta família olfativa. Flores, entre as quais o lótus, e madeiras, dão a esta fragrância, nas palavras do seu criador, “o aroma das gotas de água que saltam de uma cascata e se mistura com o perfume de flores e dos bosques na primavera.”

Nº5, de Chanel

“Um perfume de mulher, com cheiro de mulher.” Era  assim que Gabrielle Chanel, definia o seu Nº5. Criado em 1921 pelo perfumista Ernet Beaux, começou por ser uma fragrância exclusiva que Chanel usava, vaporizava nos seus gabinetes de provas de alta costura e ‘dispensava’ às suas melhores clientes – o que obviamente o tornou logo altamente apetecível. Mas o sucesso veio da fragrância propriamente dita, um floral dito ‘abstrato’ em que, graças à sua quase exagerada proporção de aldeídos (uma categoria de moléculas sintéticas que eram o último grito na perfumaria do início do século passado), a potência da suas notas (entre as quais a rosa e o jasmim de Grasse) era maximizada, numa composição que revolucionou a indústria – e ainda hoje é simultaneamente chique e original.

Opium, de Yves Saint Laurent

Lançado em 1977, Opium tornou-se quase instantaneamente um perfume de culto. Tudo nele tinha uma aura de transgressão irresistível: o nome, para começar, mas também a fragrância, um oriental perfeito criado pelo perfumista Jean-Louis Sieuzac com uma combinação de notas escolhidas para alcançar o máximo da sensualidade, entre as quais mirra, baunilha, âmbar, cravinho, pimenta, canela e sândalo, a dar exotismo a um coração de jasmim e cravo. A assinatura Yves Saint Laurent, o criador de moda preferido das mulheres modernas e livres dos anos 70, era mais um fator a tornar este perfume incontornável. Várias declinações desta fragrância surgiram entretanto, mas o original não perdeu a sua exótica magia.

Shalimar, de Guerlain

Lançado em 1925, Shalimar foi um pouco fruto da curiosidade e da experimentação: o perfumista Jacques Guerlain resolveu juntar a um perfume anterior da Casa Guerlain (Jicky, criado pelo seu tio), uma boa dose de uma baunilha sintética recém-aparecida no mercado. Deu-lhe mais uns toques pessoais, substituíu algumas notas por outras… e criou uma fragrância extraordinária que continua a ser um dos símbolos da grande perfumaria francesa. Foi o primeiro perfume Guerlain a incluir a ‘guerlinade’ – a assinatura que passou a caracterizar muitas das fragrâncias da Casa, composta por rosa, íris, baunilha, fava tonka, bergamota e jasmim. Rico e sensual, mas com uma faceta quase solar que lhe é dada pela bergamota, é um daqueles perfumes que se usa toda a vida como uma identidade olfativa.

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