A base é o mais transformador dos produtos de maquilhagem, mas continua a ser o mais incompreendido. Dizem que se nota demasiado, que não deixa a pele respirar, que é difícil de acertar e de aplicar… é tudo falso!
Bem escolhida e bem aplicada (explicamos-lhe como fazer ambas as coisas) ela deixa a pele uniforme, protegida e mais próxima da perfeição.
Como escolher
Comece por eleger a textura que prefere, tendo em conta que qualquer textura pode ser aplicada de forma a ficar mais transparente ou com mais cobertura (tudo depende da quantidade usada e da técnica de aplicação):
- As bases fluidas e líquidas são fáceis de espalhar
- As texturas em creme são geralmente muito confortáveis
- As cushion (bases líquidas que vêm numa caixinha com uma ‘almofada’ que se pressiona para libertar o produto) são ótimas para quem se maquilha pelo caminho ou fora de casa
- As bases em stick são perfeitas para só precisa de uniformizar certas zonas do rosto.
A seguir escolha o tom. Para testar, não aplique nas costas da mão nem no pulso, mas sim no rosto. Esbata um pouco de base no maxilar ou no topo da maçã do rosto, perto do nariz: se ao esbater parece que desapareceu, é a cor certa. Experimente várias até acertar e vá confirmar o resultado à luz exterior. Não compre um tom mais claro nem mais escuro do que a sua tez: isso é uma das coisas que faz com que a base se note. O ideal é ter um ‘guarda-roupa’ de tons para ir ajustando ao tom da pele, que é diferente no verão e no inverno.
Como aplicar
Todas as bases, mesmo as cushion e sticks, podem ser aplicadas com os dedos, esponja ou pincel. Faça experiências até encontrar a técnica que funciona para si. Cada maquilhador tem a sua técnica preferida e as redes sociais estão cheias de tutoriais que juram que ‘assim é que é’, mas em matéria de maquilhagem vigoram as regras de mercado livre: a melhor técnica é a que funciona para si, ponto. E até pode até chegar à conclusão que gosta de combinar várias, tudo é válido desde que seja mais fácil para si e permita obter o resultado que pretende. Use as dicas dos maquilhadores e influencers como ideias a testar, não como leis absolutas.
Seja qual for a textura e técnica usada, coloque um pouco nas costas da mão e aplique no rosto a partir daí: é a melhor forma de garantir que o resultado é natural. Se começar pela zona central do rosto (centro da testa, pelo nariz abaixo, cantos do nariz e queixo) e esbater para fora, funciona sempre. Ou pode simplesmente esbater um pouco da base nas zonas menos uniformes (geralmente cantos do nariz, queixo, uma ou outra mancha ou marca). Comece com pouco: é mais fácil acrescentar mais onde for necessário do que retirar o excesso. Vá aplicando e espalhando logo, para ser mais fácil.
A base certa para cada idade
20s
A pele muito jovem é, teoricamente, bastante uniforme em tom e textura – mas só na teoria. A verdade é que nesta idade há muitas vezes excesso de oleosidade na zona T, que pode tornar a pele macilenta, e algumas marcas de acne que ainda persistem e que queremos disfarçar. O segredo para evitar o efeito máscara é aplicar a base só onde é necessário (se a escolheu bem e é do tom da sua pele, não se vão notar demarcações) e esbater bem.
Comece com metade da quantidade que acha necessária, e depois vá sobrepondo e esbatendo sucessivamente, até conseguir o efeito de cobertura pretendido, mas sem perder o aspeto natural. Aqui os pincéis e esponjas ajudam bastante.
Escolha texturas compactas ou em stick (mais densas, mas não demasiado ricas), e que não sejam muito fluidas se tem algumas coisinhas a disfarçar.
30s-40s
Nesta altura a pele já começa, por vezes, a revelar alguns sinais de idade e a base pode ser um bom aliado, não só para a uniformizar, mas também para a proteger dos raios UV e da poluição que agravam o envelhecimento: as partículas poluentes que caiem sobre o rosto ao longo do dia depositam-se sobre a base e não atacam tanto a pele.
Estas são também as idades das noites curtas e maldormidas, com os stresses do trabalho a juntar-se à correria com os filhos pequenos, o que deixa a pele cansada, baça e/ou descorada: a base ajuda a corrigir essa falta de luminosidade e boas cores.
As bases ideais para estas idades são as que têm ingredientes antienvelhecimento, o que permite acrescentar uma camada extra de tratamento à rotina diária, e idealmente com alguma proteção solar.
Em matéria de texturas, tudo o que seja fluido ou líquido, e se possa aplicar rapidamente com os dedos ou um pincel, é perfeito.
50s +
Rugas, flacidez, algumas manchas, poros mais dilatados, uma tez que já não tem um tom uniforme… Por todas estas razões, a partir dos cinquenta a base faz toda a diferença para melhor. Mas é muito importante escolher a textura e a fórmula certas.
Se tem a pele seca, as bases cremosas e fluidas são ideais porque dão conforto ao longo do dia e criam um escudo extra contra a evaporação de água da pele.
Se continua a ter uma pele oleosa ou mista, opte por uma base matificante, mas que garanta uma certa luminosidade.
O que deve evitar: aplicar pó sobre a base. Um acabamento excessivamente mate absorve a luz em vez de a refletir, e a luz é fundamental para dar à pele um aspeto fresco e jovem. Esse é o grande segredo da pele que parece nua… mas em bom.
Em matéria de fórmulas, prefira as que têm ingredientes hidratantes e redensificantes, como o ácido hialurónico.