Há dois meses, Portugal acordou em choque: a sua ‘namoradinha’ loira estava morena! Cristina aceitou o desafio da Bellady para mudar a cor do cabelo e não se arrepende: afirma que toda a gente se mete com ela, e isso é uma das coisas de que mais gosta – a interação com o seu público. Arriscar é divertido também do ponto de vista amoroso: “O marido sai de casa de manhã com uma loira e ao fim do dia está lá uma morena! Todas as mulheres deviam arriscar uma mudança drástica uma vez na vida.”
Ser morena ensinou-me a… Ser mais séria. Deixar de me ver com aquele ar mais menineiro fez-me sentir mais mulher. Ou talvez seja apenas de me sentir mais madura, de ter atravessado tempos difíceis, de muito autoconhecimento.
O espelho diz-me que… Que cresci um bocadinho. Demorei muito a destacar-me do Manuel Luís Goucha, que tem aquela força de 20 anos de televisão e é ‘o’ Goucha. Mas hoje já sou mais do que a Cristina ao lado do Manel. Adoro-o, ele deu-me liberdade total para as minhas brincadeiras. Mas somos ambos mais do que isso.
As pessoas têm de mim a ideia errada de que... À frente da câmara sou muito extrovertida, mas nos bastidores sou de uma timidez quase patológica. Em televisão tudo desaparece, tive momentos de profunda infelicidade e em direto isso nunca transpareceu.
Sei que criei um boneco… Toda a gente se mete comigo por causa do tom de voz e da gargalhada. Não me importo nada. O meu papel era bem definido: eu era a miúda que vinha desestabilizar o programa. Mas fi-lo na minha verdade. Aquela Cristina é verdadeira, aquela alegria é genuína. Acredito que só através da verdade se pode chegar aos outros.
Sempre vi muita televisão… Sou filha única, passava muito tempo sozinha, e a TV fazia-me muita companhia. Escolhi estudar Comunicação mas não era o jornalismo ‘sério’ que eu queria. Eu gostava era da parte lúdica e espetacular da comunicação, de como chegar ao público de forma divertida. E foi o que fiz.
O lado campestre continua importante para mim… Cresci no campo. Nunca fui a menina que ia ao teatro e ao cinema. Era a menina que fazia piqueniques, semeava batatas e andava no monte com os meus primos. Isso trouxe-me esse lado de raiz, agarrada à terra. A minha família é muito grande e unida. Conforme fui crescendo, vim à cidade buscar aquilo que me faltava. Mas ao fim da noite tenho de regressar ao campo. Moro na Malveira e tenho dificuldade em descobrir silêncio na cidade. Até o vento no campo é diferente…
Tenho jeito para a cozinha… Que herdei da minha mãe. Ela nunca me disse ‘anda cá, quero ensinar-te isto’, mas eu cresci a vê-la cozinhar. Daí o livro de cozinha. Além disso adoro comer e provo tudo o que me aparece à frente. O meu prato preferido? Ervilhas com ovos. O que mais cozinho? Esparguete cozido com sal, que é o prato preferido do meu filho. Às vezes faço para ele e também como.
Não tenho um closet… Todos os dias uso roupa nova da minha loja, e isso faz com que me desapegue. Acabo por não ficar com nada para mim. Os vestidos das galas, nunca mais os vejo.
Sou uma mãe tranquila… E atenta. Sei, pela minha própria experiência de infância, que aquilo que passamos às crianças até aos 7 anos é aquilo que vai ficar. Deixei de fazer muitas coisas para ficar com o meu filho, porque sei que em breve vou ter de lhe dar asas.
Um homem tem de ter… Sentido de humor. E sensatez. Ser ‘o marido de’ é das coisas mais difíceis de gerir. Vivemos numa sociedade machista, e muitos homens têm dificuldade em estar ao lado de uma mulher forte. Por outro lado, há muitos que se anulam