‘On my mind/Na minha cabeça’
‘Não sabia o quanto me iria mudar ser mãe. É impressionante como uma pequena pessoa e o amor que eu tenho por ela consegue trazer um novo significado a cada momento. O que antes parecia tão importante, parece agora insignificante. É como se visse o mundo pela primeira vez, mas através dos olhos de outra pessoa. É uma coisa bonita de se sentir e experienciar, mas com a beleza vem o outro lado da moeda: ver através dos olhos da minha filha o lado da vida que não é assim tão bonito.
Para ser honesta, antes de ter a North, nunca tinha pensado muito sobre o racismo ou a discriminação. É óbvio que é um tema que fascina Kanye, mas acho que é mais fácil para mim acreditar que isso é a batalha de outra pessoa. Mas recentemente, eu li e experienciei alguns incidentes que me enjoaram e que me alertaram. Apercebi-me que o assunto do racismo e da discriminação ainda está vivo e é tão desprezível e mortal como sempre têm sido.
Sinto-me responsável como mãe, como figura pública, como ser humano, por fazer todos os possíveis para que, não só a minha filha, mas todas as crianças, não tenham que crescer num mundo onde são julgados pela sua cor de pele, o seu género, ou a sua orientação sexual. Quero que a minha filha cresça num mundo onde o amor pelo outro seja a coisa mais importante.
Por isso, o primeiro passo é deixar de fingir que isto não é meu problema porque é, é de toda a gente… Porque o adolescente californiano que foi molestado e morto pelos seus colegas por ser gay, a blogger adolescente do Paquistão que foi morta a tiro no autocarro da escola por falar a favor dos direitos das mulheres, o rapaz da Florida que foi acusado injustamente de ter cometido um crime e consequentemente ter sido morto por causa da sua cor da pele, eles são filhos e filhas de alguém e é nossa responsabilidade dar-lhes voz e falar por aqueles que não podem e, com sorte no processo, assegurar que o ódio é algo que os nossos filhos nunca tenham de ver.’