Meryl Streep protagonizou um dos momentos mais comentados da cerimónia de entrega dos Globos de Ouro.
A estrela foi galardoada com o prestigiado prémio de carreira Cecil B. Demille e usou o discurso de aceitação para expressar os seus sentimentos em relação a Donald Trump – sem papas na língua. Streep começou por mencionar as origens de vários atores e atrizes em destaque na cerimónia, para fazer ver que os melhores talentos de Hollywood vêm de todos os cantos do mundo.
“A lindíssima Ruth Negga nasceu em Addis Ababa, Etiópia, foi criada na Irlanda e está aqui nomeada por interpretar uma jovem de uma pequena cidade na Virginia”, disse. “O Ryan Gosling, como todas as pessoas simpáticas, é canadiano. E o Dev Patel nasceu no Kenya, foi criado em Londres, e está aqui por dar vida a um indiano criado na Tasmânia. Portanto Hollywood está apinhada de forasteiros e estrangeiros, e se os expulsarmos a todos não vamos ter nada para ver além de futebol e artes marciais mistas, que não são arte”.
De seguida, sublinhou que a “performance” que lhe chamou mais a atenção em 2016 foi a do Presidente eleito dos Estados Unidos quando este fez troça de Serge Kovaleski, um repórter inválido do ‘The New York Times’, durante um comício político.
“Partiu-me o coração e ainda não consigo tirá-lo da minha cabeça porque não se tratava de um filme, era na vida real”, explicou. “Quando esse instinto de humilhar vem de alguém numa plataforma pública afeta a vida de todos, pois dá permissão a que outros o façam”, continuou. “O desrespeito convida o desrespeito, a violência incita a violência. Quando os poderosos usam a sua posição para intimidar os outros todos nós perdemos”.
Veja o discurso de Meryl Steep.