
De todos os produtos de maquilhagem, a máscara de pestanas foi a última a conquistar-me. Lembro-me de tentar usar uma (demasiado velha, perdida na gaveta da minha mãe, que nunca foi muito destas coisas), de invariavelmente piscar os olhos no momento mais importante e de acabar com mais produto na cara do que nas pestanas. Depois de gastar demasiados cotonetes, numa tentativa sempre falhada de tirar os borrões da máscara, convenci-me de que não precisava de usar uma – para descanso da minha mãe, que já não sabia o que dizer a uma adolescente de 14 anos que, nos anos 2000, queria começar a usar maquilhagem.
Foi mais tarde que lhe apanhei o jeito e… Como assim, vivi até aqui sem pestanas longas e definidas?
Uma maquilhagem nunca está completa sem usar máscara de pestanas. É o contraste que o rosto precisa, o toque subtil para um ar mais polido e o pormenor que abre o olhar. Se não concorda comigo, leitora, provavelmente ainda não encontrou a máscara de pestanas certa.
Máscara ou rímel?
Sendo cada vez mais comum o uso do termo máscara de pestanas para nos referirmos a algo que durante muito tempo chamámos rímel… Está errado manter o uso da segunda opção?
Não está errado. Da mesma forma que não está errado usar a palavra “quispo” para nos referirmos a um casaco quente e impermeável, geralmente acolchoado. Ambos são exemplos de termos que resultam da conversão de sentido do nome de uma marca comercial.
No caso, o nome rímel é um aportuguesamento do francês rimmel, com origem na marca comercial Rimmel, a primeira marca a criar um produto de perfumaria homónimo, em 1834 – a primeira máscara de pestanas do mercado. Na altura, um bocadinho diferente das que conhecemos hoje, mas com o mesmo objetivo. Em 1917, o químico T.L.Williams ajustou a fórmula a pedido da irmã Maybel (sim, é o que está a pensar) para tornar o produto mais fácil de usar. Na altura, ainda uma caixa com uma pasta – esta mais fácil de espalhar – e uma pequena escova. Mais tarde, Helena Rubenstein tornou a fórmula mais líquida e apresentou a embalagem em tubo que ainda hoje conhecemos.
Atualmente, uma vez que, a par do rímel da marca Rimmel, há outros de outras marcas, torna-se mais claro escolher usar o termo máscara (de pestanas).
O segredo está na escova
É a fórmula do produto que dita a sua duração, mas o efeito que vai conseguir depende, essencialmente, da escova da máscara de pestanas. É a escova que condiciona o acabamento. Vai conseguir um efeito mais natural ou mais dramático (que é como quem diz “uma pestana mais definida e alongada ou com mais volume”) dependendo da escova que escolher.

Escovas mais gordas e com mais cerdas são as melhores para dar volume à pestana, enquanto as escovas mais finas e com cerdas mais afastadas vão, principalmente, trabalhar o comprimento. Escovas cónicas são as mais simples de usar – a parte mais grossa da escova vai coincidir com o canto externo da pestana, que é a parte que queremos destacar. As escovas curvas ajudam mais na curvatura da pestana, uma vez que acompanham a forma natural do olho. Já as escovas em ampulheta facilitam a aplicação uniforme do produto. Uma minoria das máscaras tem escovas redondas, a lembrar um ouriço. Exigem mais mestria na utilização, mas garantem que chega a toda e qualquer pestana.
Quanto às cerdas, por um lado, as curtas e grossas ajudam a reter o produto entre os filamentos e aumentam o volume das pestanas. Por outro, cerdas finas e duras têm um efeito mais semelhante ao de um pente, tendo como objetivo alongar e evitar que se formem grumos. São mais indicadas para quem procura pestanas mais soltas e bem penteadas. Quão mais espaçadas forem as cerdas, menos tração elas vão ter às pestanas, depositando menos produto.
Naturalidade e comprimento
Se prefere uma escolha mais discreta, pode sempre optar por usar uma máscara de pestanas transparente como a (1) Pro Gel Mascara da Kiko Cosmetics (€8,99). Mesmo com uma fórmula leve de óleo de rícino e amêndoas doces, consegue modelar as suas pestanas, mantendo o aspeto natural. Aqui entre nós, se tem um gel de fixação para sobrancelhas… visualmente, o efeito será praticamente o mesmo.
Com uma fórmula especializada para olhos sensíveis, a (2) Palpebral by Topialyse da SVR (€14,50) tem um aplicador curioso, que resulta em pestanas separadas, alongadas e curvas. Falando em aplicadores curiosos, o (3) Telescopic Carbon da L’Oréal Paris (€12,45) tem um dos aplicadores mais finos do mercado, ideal para quem prefere pestanas alongadas e separadas, sem grumos.
Para pestanas longas, mas com volume, prefira a (4) Badgal Bang! da Benefit (€29,99). É uma das máscaras mais pesquisadas e comentadas online, pela sua composição de carbono preto, provitamina B5 e tecnologia que desafia a gravidade e promete não pesar nas pestanas. A novidade (5) Stack Mascara da MAC (€34,00) é ótima para quem gosta de construir volume e alongamento. Camada após camada, a marca garante que os grumos do produto não vão aparecer.
Sucesso nas redes
Com um preço muito competitivo e uma aceitação enorme por parte da comunidade online, a (6) Lash Princess da Essence (€4,19) é a escolha certa, se procura uma máscara que crie um efeito pestanas falsas.
Fenómeno no TikTok, a (7) Lash Sensational Sky High da Maybelline (€10,99) surpreendeu os utilizadores da rede social com o comprimento que dá às pestanas. É um exemplo de máscara que também está disponível numa versão à prova de água. Este tipo de fórmula pode ajudar pessoas com a pele mais oleosa, ou que transpirem mais. Pestanas muito compridas podem transferir máscara para a pálpebra superior. Se usar uma versão à prova de água, isso não deverá acontecer.
A (8) PS Wonder Lash da Primark (€3,50 na Primark) também é um fenómeno nas redes – e está quase sempre esgotada -, mas pelas semelhanças com a bestseller (9) They’re Real da Benefit (€29,99). As duas prometem volume e alongamento. Ambas cumprem.
Nem a escova “demasiado larga” – diz grande parte dos utilizadores – da (10) 5D Lash Pow Mascara da Makeup Revolution (€9,99) faz dela uma má opção. Desconfio que o preço e o resultado dramático que a máscara oferece equilibrem a balança.
Drama e volume
Tanto a (11) Climax da NARS (€26,95) como a concorrente direta (12) Better Than Sex da Too Faced (€29,99) garantem um resultado dramático, com pestanas supervolumosas. Com uma escova semelhante, a (13) Size Up da Sephora (€12,99) tem ainda uma fórmula enriquecida com micropérolas volumizantes.
Também disponível em castanho ou azul, a fórmula da (14) Lash Paradise da L’Oréal (€11,95) tem óleo de ricínio para cuidar das pestanas, ao mesmo tempo que lhes dá um aspeto mais volumoso.
A escova da (15) Lancôme Lash Idol da Lancôme (€27,45) conta com 250 cerdas de tamanhos diferentes e 360 microcerdas. O formato curvo encaixa-se perfeitamente na linha das pestanas superiores, permitindo uma cobertura da raiz às pontas. Outra opção com escova curva é a (16) Diorshow Iconic Overcurl da Dior (€38,95), também disponível em castanho, azul.
*Os preços e pontos de venda dos artigos anunciados são representativos. Os preços podem variar e os produtos podem ser adquiridos em diferentes lojas (físicas ou online).

#emBeleza
Tudo o que precisa de saber em Beleza, pela jornalista Carmo Lico. Pele, perfumes, maquilhagem e cabelo: as novidades, os indispensáveis e os que o vão passar a ser, assim que os conhecer.