O mês de dezembro, que acabou de passar, pode ser muito tentador para quem não resiste a doces, fritos e alimentos processados e acaba enredado em excessos. Mas, se está a tentar engravidar, de forma natural ou através de procriação medicamente assistida, deve aproveitar para adotar um estilo de vida saudável e equilibrado, melhorando assim as hipóteses de alcançar a tão desejada gravidez.
Existem fatores que influenciam negativamente a fertilidade de homens e mulheres, sendo que é preciso ter cuidado com os excessos. A obesidade, o tabagismo e o álcool, por exemplo, são de evitar, uma vez que condicionam as hipóteses de engravidar. Aqui ficam outros conselhos, a começar pela alimentação:
Dieta rica e equilibrada
Afaste-se do consumo de tabaco e álcool, pois está comprovado que prejudicam a fertilidade de homens e mulheres. Além disso, também deve evitar alimentos processados. Os alimentos naturais são a chave para alcançar uma dieta saudável. O consumo deve ser variado e rico em todos os tipos de alimentos, incluindo sementes, grãos, legumes, proteínas animais e/ou vegetais e produtos não refinados, ricos em fibras.
São essenciais os alimentos que contenham vitaminas e minerais como: ácido fólico (ajuda a prevenir defeitos e malformações no feto); DHA – ácido docosahexaenóico (essencial para a saúde do nosso cérebro, olhos e neurónios, além de revigorar os espermatozoides masculinos e promover o equilíbrio hormonal nas mulheres); Vitaminas B, C, D e E (para o controle hormonal, proteção espermática, desenvolvimento ósseo fetal, entre outros), selénio e cálcio.
Controle o peso
Se optar por uma alimentação variada, rica em produtos naturais, não só conseguirá uma alimentação saudável, mas também evitará o excesso de peso corporal, que é um grande inimigo da fertilidade.
Quando se utiliza o tratamento reprodutivo assistido, o peso torna-se um grande obstáculo, pois provoca, nas mulheres, uma maior dificuldade da resposta aos medicamentos usados para induzir a ovulação, o que reduz as hipóteses de gravidez. Além disso, é também a principal causa de riscos obstétricos, tanto para a mãe quanto para o bebé. A obesidade leva a um aumento das taxas de aborto e duplica o risco de morbidade fetal. O contrário também se verifica: a magreza extrema pode levar a problema de ovulação e dificultar a gravidez.
Procure apoio psicológico
Não tenha receio de pedir ajuda e nem a recuse, mesmo que ache que não precisa de acompanhamento profissional. O processo de ser mãe nem sempre é um caminho fácil e tão rápido como desejamos. Ter apoio nas várias fases do tratamento e ter estratégias para lidar com essas emoções são alguns dos temas explorados na consulta de psicologia.
Livre-se da ansiedade
O relaxamento físico e mental é importante para quem quer engravidar. O ritmo de vida atual é um terreno fértil para o stress e a ansiedade, pelo que a meditação é um bom recurso. Isto porque ajuda a mitigar esses distúrbios psicológicos que ocorrem no dia a dia e que se juntam, com frequência, à incerteza, mês após mês, de uma eventual gravidez.
Faça exercício físico
Se está a preparar-se para acolher uma vida dentro de si, deve estar o mais preparada possível para receber o embrião. O exercício físico em si não melhora a fertilidade, mas produz benefícios cardiovasculares, metabólicos, endócrinos e neurológicos. Também ajuda a reduzir o stress e melhora o sono para pessoas que o praticam com frequência.
A prática de exercício físico leva-nos a ter um corpo saudável e a optar por uma alimentação mais equilibrada, portanto, abre caminho a um sistema reprodutivo mais bem preparado. Porém, é importante encontrar um equilíbrio, pois tudo em excesso faz mal. Quando sujeitamos o nosso corpo a um esforço intensivo, que exige um gasto energético maior, ocorre uma alteração ao nível do hipotálamo, que pode eliminar o processo de ovulação, o que se traduz em amenorreia, por exemplo.
Não se automedique
Converse com o médico que a acompanha sobre a medicação que toma regularmente e não inicie nenhuma medicação sem o conhecimento do especialista que a acompanha.
Durma bem
Por último, mas não menos importante, mantenha um ciclo de sono saudável. É tão importante quanto a nutrição. Devemos dormir, no mínimo, oito horas por dia. O sono deve ser organizado de forma responsável, seguindo rotinas nas quais nos levantamos e vamos para a cama todos os dias na mesma hora.
Dormir no escuro também ajuda o corpo a descansar adequadamente, pois isso vai melhorar a produção de melatonina no nosso corpo. Não se trata apenas das horas que dormimos, mas da qualidade do nosso sono. Além disso, a melatonina desempenha um papel importante no desenvolvimento dos folículos ováricos.