Por estes dias, acompanhamos os acontecimentos na Europa com angústia e preocupação. A escalada de violência e agressão é perturbadora e choca-nos esta realidade que nos está próxima.
Crescem os movimentos solidários e empáticos que nos emocionam, contrastando, em simultâneo, com a escalada de agressividade e conflito no quotidiano social e comunitário.
Da violência doméstica à violência em eventos desportivos, do bullying ao mobbing, com maior ou menor mediatismo, assistimos, diariamente, a episódios de brutalidade de que tomamos conhecimento pelas redes e comunicação sociais, geralmente através de registos feitos por alguém atrás da câmara de um telemóvel. Para além do fenómeno agressor assistimos ainda à impassividade de quem testemunha, em presença, os factos. Em que momento deixamos de ser empáticos para estas realidades?
O momento atual representa, pelos piores motivos, uma excelente oportunidade para refletirmos sobre empatia. Para refletirmos sobre as nossas ações e comportamentos e o impacto que têm sobre o outro e sobre o mundo.
A expressão não é nova, mas mantêm-se atual, “violência gera violência”. Da mesma forma que, empatia gera conexão. Veja-se a gigantesca onda de solidariedade que se levantou e que têm envolvido milhares de pessoas em tantos países.
E o que é então a empatia? Muito mais do que conseguirmos pôr-nos no lugar do outro, empatia é sentir com o outro, é encontrar em cada um de nós a capacidade de se tornar vulnerável e sentir o que o outro sente, sem julgamentos. O que fazemos, então, para motivar a prática da empatia em nós e nos outros? De que forma nos conectamos com os outros nas nossas esferas mais próximas? Estamos prontos para expor a nossa vulnerabilidade, para verdadeiramente sermos empáticos? Como aceitamos e apoiamos as fragilidades dos outros em contraponto com as nossas próprias fragilidades? Estamos realmente dispostos a deixar cair os julgamentos?
Importa refletir sobre estas questões desde cedo, desde a infância, porque crianças empáticas serão, seguramente, adultos mais empáticos também.
A educação para a empatia é possível e é, sempre, a melhor bússola para este caminho.
Que o caminho da educação para a empatia possa ser uma realidade em casa com as famílias, nas escolas, nas empresas, em qualquer lugar! Porque é de educação que se trata e porque, só assim, sentindo com os outros, poderemos verdadeiramente educar para a não violência contribuindo para uma paz tão necessária.
Que o poder da empatia possa estar em cada um de nós contagiando, todos os dias, quem nos rodeia!
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a ACTIVA nem espelham o seu posicionamento editorial.