Embora esteja presente ao longo dos 12 meses do ano, é nesta altura que se registam o maior número de casos de pneumonia: com a época gripal chegam algumas complicações, sendo a pneumonia uma das mais graves – pode deixar sequelas irreversíveis ou mesmo levar à morte. É mais frequente nesta altura, não só pelas temperaturas baixas, como também pela interação entre o vírus da gripe e o principal agente da pneumonia, o pneumococo, que aumenta o risco de doença em quase uma centena de vezes.
A pneumonia mata uma média de 15 pessoas a cada 24 horas, e é responsável por 110 internamentos diários, só no SNS. É, por isso, uma das doenças mais letais para os portugueses.
Está relacionada com a fragilidade do sistema imunitário, razão pela qual os adultos a partir dos 65 anos têm maior probabilidade de a contrair. Entre os fatores de risco encontramos, também, o descontrolo de doenças crónicas e a adoção de hábitos nocivos como o tabagismo, o consumo exacerbado de bebidas alcoólicas, a falta de higiene e o pouco cuidado com a alimentação.
Devemos, por isso, ter especial atenção aos que são mais frágeis, como aqueles que se encontram nos extremos de vida, e aos adultos portadores de doenças crónicas como diabetes, asma, DPOC, outras doenças respiratórias crónicas, doença cardíaca, doença hepática crónica, doentes oncológicos, portadores de VIH e doentes renais. Sempre que possível, estas pessoas devem vacinar-se contra a pneumonia e outras doenças preveníveis através de imunização.
Sintomas a que deve estar atento
Entre os sintomas mais comuns da pneumonia encontramos tosse com expetoração, febre, calafrios, falta de ar, dor no peito quando se inspira fundo, vómitos, perda de apetite e dores no corpo. Podem, nesta altura do ano, confundir-se com os sintomas da gripe ou surgir como complicação desta doença. Devemos, ter particular atenção a quadros que não apresentem melhorias, ou que vão piorando de forma continuada. São considerados uma emergência médica e devem ser avaliados.
Como prevenir?
A vacinação antipneumocócica é a melhor forma de prevenirmos uma pneumonia. Está recomendada pela Direção Geral da Saúde a todos os adultos pertencentes aos grupos de risco e é gratuita para as crianças e alguns segmentos de adultos, para quem já se encontra em PNV (Plano Nacional de Vacinação). A sua eficácia está comprovada em todas as faixas etárias, incluindo na prevenção das formas mais graves da doença.
Sabemos que as vacinas são seguras, eficazes e fáceis de ministrar. Sabemos, também, pelo que vivemos nos últimos dois anos que é imperativo que nos protejamos de doenças graves, não só por nós, e pela nossa saúde individual, como pelos que nos rodeiam: evitar formas graves de doença é, também, contribuir para uma resposta mais eficaz do Serviço Nacional de Saúde.
Além da vacinação antipneumocócica, a prevenção da pneumonia também inclui a vacina sazonal contra a gripe e o abandono de hábitos nocivos como o tabagismo ou o alcoolismo. Aconselhamos, também, a adoção de práticas de vida saudáveis como uma alimentação equilibrada, a lavagem regular das mãos ou o controlo de doenças associadas.
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