Fibromialgia: síndrome de dor músculo-esquelética generalizada que pode afetar os quatro quadrantes do corpo.
Crónica, isto é, que dura por mais do que três meses, acompanha-se de cansaço, dificuldade de concentração, má qualidade do sono, dores de cabeça..
A rigidez ao acordar de manhã ou depois de passar muito tempo com o corpo parado e até a síndrome do intestino irritável podem juntar-se aos sintomas da Fibromialgia.
Mais prevalente no sexo feminino, numa incidência de 1,7% da população portuguesa geralmente entre os 20 e os 50 anos, pode chegar a condicionar a vida laboral de quem a apresenta.
O seu diagnóstico é feito com base em critérios clínicos estabelecidos por entidades científicas reconhecidas, como o Colégio Americano de Reumatologia, tendo os doentes de apresentar dor em determinadas áreas do corpo, com determinado grau de gravidade, podendo ser acompanhados de diversos sintomas principais, como a fadiga, o acordar cansado e alterações cognitivas, e também por um rol de diversos outros sintomas gerias, como dormências, tonturas, depressão, falta de ar, perda do apetite, dentre diversos outros. E sempre na exclusão de qualquer outro diagnóstico que justifique esses sintomas.
Existem diversos fatores de risco para o seu desenvolvimento, como a idade, o sexo até as características da personalidade pró-dolorosa (perfeccionismo compulsivo, incapacidade de relaxamento e desfrute da vida, incapacidade para lidar com situações hostis, etc.
Os sinais de alerta para o desenvolvimento da doença podem tornar possível uma intervenção precoce da doença, que são:
• História familiar da doença;
• Síndroma dolorosa prévia;
• Preocupação com o prognóstico de outras doenças coexistentes;
• Traumatismo vertebral, especialmente cervical;
• Incapacidade para lidar com adversidades;
• História de depressão/ansiedade;
• Sintomas persistentes de “virose”;
• Alterações do sono;
• Disfunção emocional significativa;
• Dor relacionada com a prática da profissão.
O tratamento precoce poderá ser fundamental no alivio dos sintomas, melhorando a qualidade de vida do doente, com a manutenção de uma boa atividade física, social e familiar.
É essencial no tratamento da Fibromialgia que o doente esteja bem informado sobre a doença, inclusive sobre os seus desencadeadores, para que entenda que este será multimodal, geral, tendo como base o tratamento não farmacológico e o farmacológico.
O exercício físico regular é essencial para a diminuição da tensão muscular, do stress e da ansiedade, melhorando a coordenação motora e a postura, melhorando assim o controle ponderal, a auto-estima e a qualidade de vida. Os programas devem ser individualizados, dependendo da sua aptidão física, e serem readequados conforme o desenvolvimento de capacidades, além de serem construídos por profissionais do exercício físico competentes nessa área. A hidroginástica, o yoga, o tai chi, o quigong e o pilates estão indicados.
O acompanhamento psicoterapêutico cognitivo comportamental, no sentido de controlar o stress, as preocupações e a angústia, arranjar tempo para si próprio, para descansar, relaxar, meditar, almejar e procurar a felicidade são medidas de grande importância durante o tratamento.
Deitar-se a horas regulares, mantendo o quarto escuro e tranquilo, desligando aparelhos eletrónicos; evitar café, chás ou tabaco ao final do dia são fundamentais para reordenar o sono.
O calor ajuda a relaxar e a diminuir a tensão muscular e a dor. Os banhos de águas aquecidas como a balneoterapia e a crenoterapia podem ter bons resultados no controlo da dor. A acupunctura: pode ter efeitos benéficos na dor em alguns doentes, pelo seu efeito analgésico e relaxante muscular.
Dada a complexidade da sua génese, ainda náo totalmente conhecida, não existe um tratamento farmacológico específico para a fibromialgia. Este deverá ser elaborado conforme o contexto dos sinais e sintomas de cada doente, levando em conta as outras doenças que apresente, e os diversos medicamentos que também pode estar a tomar.
São usados em conjunto medicamentos para regularizar o sono, analgésicos simples para a dor, e antidepressivos específicos quando o quadro predominante é de dor associada à depressão. São diversos e devem sempre ser indicados pelo profissional competente que levará em consideração os múltiplos e complexos fatores.
A fibromialgia, tal como a dor, não se vê. Não compromete visivelmente o corpo. Mas pode incapacitá-lo severamente. A dor pode afetar profundamente a qualidade de vida da pessoa.
O diagnóstico precoce, o tratamento adequado e atempado, mudanças de estilo de vida, são fundamentais para promover uma recuperação que leve o doente a reabilitar-se para usufruir de uma boa qualidade de vida.
Sabia que é possível controlar a progressão da fibromialgia?
Diagnóstico precoce é a melhor forma de o conseguir. Assinalou-se a 12 de maio, o Dia Nacional de Consciencialização para a Fibromialgia.