Da melhor das intenções podem surgir consequências muito limitadoras…STOP à Superproteção Parental
A superproteção está a ter consequências muito nefastas na saúde mental das nossas crianças e adolescentes. Explorei em detalhe este preocupante fenómeno no livro “Crianças Confiantes, Crianças Capazes”.
A superproteção pode dar-lhe a sensação de ser um pai competente porque, de facto, as crianças estão protegidas, não caem, não se magoam, parecem não sofrer, andam sempre arranjadinhas e cumprem de forma irrepreensível as suas tarefas escolares. A superproteção apazigua a culpa dos pais e faz com que tudo pareça, num primeiro olhar, ser segurança e sucesso. Mas o que acontece quando um dia, filhos que crescem em contextos de superproteção, têm de se “desenrascar” de forma mais autónoma? Conseguirão?
Se se sabe que crianças e adolescentes que crescem em dinâmicas de superproteção terão maior dificuldade no futuro em gerir o seu tempo, as suas relações, o seu dinheiro, as suas emoções, porque continuamos a fazê-lo? Porque aparentemente funciona. Se estiver com o seu filho permanentemente ao colo, literal ou metaforicamente, há um caminho traçado. Que é o seu, não o que o seu filho foi descobrindo e construindo. Se formos uma espécie de assistentes pessoais dos filhos, fazendo por eles porque “fazemos mais rápido”, “fazemos melhor”, “não custa nada”, “não suporto vê-lo atrapalhado”, aparentemente tudo funciona. É por isso que o conceito de “pais helicóptero”, que surgiu por volta dos anos 90, se mantém tão atual. A superproteção dá-lhe, a si, uma sensação de controlo e, consequentemente, de tranquilidade.
A melhor forma de proteger o seu filho é prepará-lo para lidar com a vida, sem que tenha de depender de si. Parece um olhar frio e cruel, mas é o mais ajustado. Educar é preparar alguém para ser capaz de tomar conta de si próprio. Nuns momentos, irá observar a caminhada do seu filho mais de perto, noutros momentos, observará na retaguarda, sempre disponível para apoiar, mas sem se substituir ao seu filho.
Como forma de acalmar os seus próprios receios, que costumam ser um dos fatores que conduzem à superproteção parental, lembre-se que do contacto com experiências de vida menos confortáveis (não estudar para um teste, não guardar o segredo confidenciado por um amigo, não cumprir o horário de chegada a casa depois de uma saída com os amigos, não seguir a receita como estava no livro…) e suas consequências, podem emergir diferentes e importantes aprendizagens.
A ambivalência é uma constante no cenário da parentalidade. Por um lado, os pais procuram proporcionar aos filhos experiências sociais, académicas, físicas e mesmo emocionais, que promovam o autoconhecimento e a definição de caminhos de realização. Por outro lado, procuram mantê-los afastados da exposição a perigos que possam ameaçar o seu bem-estar e qualidade de vida. Por um lado, desejam que os filhos cresçam confiantes e autónomos, por outro lado, o medo leva-os a agir num sentido que pouco tem a ver com esse desejo.
Pais parecem, muitas vezes, verdadeiros funâmbulos em busca do equilíbrio em cima de uma corda bamboleante: como equilibrar proteção perante o perigo e aprendizagem decorrente de vivências novas ou desafiantes?
No dia 12 de Outubro, no Webinar Queridos Pais “STOP à Superproteção Parental. Caminhos para a Confiança, a Autonomia e a Felicidade”, vou ajudá-lo a encontrar esse equilíbrio.
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